10/Out/2022
A negociação de trigo no disponível ocorre pontualmente no Paraná, onde a colheita avança no norte e oeste, mas a qualidade da produção foi prejudicada pelo excesso de umidade. No Rio Grande do Sul, com a perspectiva de safra aumentando cada vez mais, moinhos se mantinham fora das negociações no aguardo da colheita. No Paraná, saem negócios no norte a R$ 1.800 por tonelada FOB, porque alguns lotes foram colhidos antes das chuvas, e no oeste por R$ 1.750 a R$ 1.800 por tonelada CIF, no caso dos lotes que tiveram qualidade reduzida pelas chuvas em excesso, para embarque imediato e pagamento de 28 a 30 dias. Os preços se mantiveram ante o observado na semana anterior. Para entrega imediata em Ponta Grossa e pagamento no começo de novembro, a indicação de compra era de R$ 1.800 por tonelada. Já para entrega em novembro e pagamento em dezembro, os compradores indicam R$ 1.700 por tonelada. Os preços subiram de R$ 100 a R$ 150 por tonelada ante a semana anterior.
Após as chuvas recentes e com previsão de novas precipitações na semana que vem existe o receio de que diminuirá a disponibilidade de trigo de maior qualidade na safra 2022. No Rio Grande do Sul, os moinhos não abrem propostas, pois entendem que os preços vão cair. Os preços do Brasil estão descolados do mercado internacional. Para exportação, a indicação de compra é de R$ 1.800 por tonelada no Porto de Rio Grande para entrega em novembro e dezembro e pagamento em 10 de janeiro. A estimativa é de que o total de trigo gaúcho comprometido para exportação chega a 835 mil toneladas. Tomando como base os cálculos da Rede Técnica das Cooperativas, que vê safra gaúcha de 5 milhões de toneladas, produtores do Estado terão que vender mais para diminuir estoques, caso contrário os preços podem ceder. A previsão de produção no Estado estava inicialmente em 3,9 milhões de toneladas e agora é de 5,0 milhões de toneladas.
Vai ser mais fácil comprar no Rio Grande do Sul do que adquirir trigo catarinense, paranaense ou paulista. O Rio Grande do Sul terá safra grande e boa qualidade. Na Bolsa de Chicago, os futuros de trigo fecharam perto da estabilidade na sexta-feira (08/10). O mercado foi influenciado em parte por incertezas quanto ao futuro do corredor de exportação de grãos ucranianos no Mar Negro. Enquanto permanecer a incerteza sobre se o corredor marítimo de exportação negociado com a Rússia será estendido para além de novembro, as preocupações com a oferta devem persistir. Esse fator foi contrabalançado pela alta do dólar ante as principais moedas, que torna commodities produzidas nos Estados Unidos menos atraentes para compradores estrangeiros. O vencimento dezembro do trigo na CBOT ganhou 1,25 cent (0,14%), para US$ 8,80 por bushel. Na última semana, acumulou perda de 4,5%. Em Kansas City, igual vencimento do trigo duro vermelho de inverno subiu 3,75 cents (0,39%), para US$ 9,68 por bushel. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.