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04/Out/2022

Tendência de baixa é limitada pelas chuvas no Sul

As recentes chuvas na Região Sul do Brasil e em São Paulo limitaram a colheita do trigo. Com a redução na oferta do cereal, os preços médios regionais registraram leves aumentos no encerramento de setembro. A alta se deve também às valorizações externas e cambial. Nos últimos sete dias, o valor no mercado de balcão (preço pago ao produtor) tem avanço de 0,2% no Paraná e 1,42% no Rio Grande do Sul; já em Santa Catarina, as cotações registram recuo de 0,22%. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as valorizações são de 0,52% em Santa Catarina, de 0,79% no Paraná e de 1,31% em São Paulo; no Rio Grande do Sul, há queda de 1,03%. As recentes altas limitaram os recuos nos preços médios de setembro, que, ainda assim, foram os mais baixos desde fevereiro deste ano. Entre agosto e setembro, as quedas nas médias foram de 12% no Paraná, de 10,1% no Rio Grande do Sul, de 9,3% em Santa Catarina e de 11,3% em São Paulo.

Vale ressaltar que o preço médio no Rio Grande do Sul em setembro esteve aproximadamente R$ 7,00 por tonelada acima do registrado no Paraná. As negociações no Rio Grande do Sul ainda ocorrem com o cereal remanescente da safra 2021/2022, enquanto no Paraná, as comercializações da nova safra se intensificam. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 37% das lavouras do Paraná já haviam sido colhidas até o dia 26 de setembro, avanço de 9% nos últimos sete dias e próximo dos 36% registrado em 2021. Das lavouras que ainda se desenvolvem, 76% apresentam condições boas; 22%, médias, e 2%, ruins. No Rio Grande do Sul, o desenvolvimento das lavouras está bom. A Emater-RS indica que a colheita tem registrado avanço no oeste do Estado e totalizava, até o dia 29 de setembro, 2% da área. Das lavouras, 9% apresentam grãos maduros que estão prontos para serem colhidos.

Em Santa Catarina e São Paulo, as colheitas até o dia 24 de setembro totalizavam 0,3% e 35%, respectivamente, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A média nacional está em 18,7%, avanço semanal de 4,4%. Na Argentina, a falta de chuvas durante parte do desenvolvimento reduziu o potencial produtivo das lavouras, além prejudicar a qualidade das plantas. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires reporta que 50,3% do total apresenta condições regulares a secas, e 45,9%, de regulares a médias. Nos Estados Unidos, a colheita das lavouras de primavera totalizou 96% da área total até o dia 25 de setembro. Quanto ao cultivo de inverno, 21% das lavouras haviam sido semeadas, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Destas, 9% emergiram, frente a 2% na semana anterior. No mercado externo, os preços seguem em alta, influenciados pelas expectativas de baixo estoque nos Estados Unidos.

De acordo com o relatório do USDA divulgado no dia 30 de setembro, até 1º de setembro os estoques de trigo nos Estados Unidos somavam 48,34 milhões de toneladas, levemente acima dos 48,29 milhões no mesmo período do ano anterior; porém, um pouco abaixo dos 48,86 milhões estimados por analistas. Além disso, o conflito entre a Rússia e a Ucrânia segue dificultando as exportações pelo Mar Negro. A Rússia é o quarto principal exportador mundial de trigo. Neste contexto, nos últimos sete dias, o contrato Dezembro/2022 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago tem valorização de 4,7%, a US$ 9,21 por bushel (US$ 338,59 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o vencimento Dezembro/2022 do trigo Hard Winter registra avanço de 4,3% no mesmo período, a US$ 9,9150 por bushel (US$ 364,31 por tonelada). Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires apresentam alta de 2,5% nos últimos sete dias, a US$ 412,00 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.