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29/Set/2022

Argentina: projeções para safra de trigo 2022/2023

As Bolsas de Cereais da Argentina preveem quebra de 4 milhões a 5 milhões de toneladas na safra de trigo 2022/2023 do país, que será colhida a partir de dezembro. As estimativas têm como base perdas provocadas por uma forte seca. A Argentina terá uma colheita substancialmente inferior aos 22 milhões de toneladas inicialmente projetados. Provavelmente não chegará a 18 milhões de toneladas. Atualmente, é bastante difícil mensurar o número, mas será muito menor, segundo a Bolsa de Comércio de Rosário. A safra argentina de trigo foi comprometida pela falta de chuva durante o período de desenvolvimento e de plantio, o que levou à redução da área ocupada. É o terceiro ano consecutivo de seca na Argentina. A área de trigo não foi beneficiada com chuva, portanto, a safra plantada foi muito menor e não devemos alcançar os rendimentos do ciclo anterior.

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires estima uma safra entre 17 milhões e 18 milhões de toneladas. No momento, é muito difícil de calcular exatamente a produção, até começar a colheita, mas se projeta uma quebra de 4 milhões a 5 milhões de toneladas na safra de 22 milhões de toneladas previstas inicialmente. Neste cenário de incertezas quanto ao real volume da colheita, o potencial de exportação do país também está indefinido. Na temporada 2021/2022, a exportação argentina de trigo somou 15 milhões de toneladas. Inicialmente, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires previa exportação de 13 milhões de toneladas na safra 2022/2023, considerando produção de 20,5 milhões de toneladas. O volume exportado na safra, na janela que inicia em dezembro, dependerá muito da produtividade. No momento, não há como prever volume. Se a safra ficar entre 17 milhões e 18 milhões de toneladas, o saldo exportável será também muito menor. O consumo interno do país oscila entre 5 milhões e 6 milhões de toneladas por ano.

A Bolsa de Comércio de Rosário também vê exportação argentina de trigo substancialmente menor na atual temporada. Com menor comercialização externa geral, o volume exportado para o Brasil também deve recuar. Na safra 2021/2022, a Argentina já exportou muito menos ao Brasil porque diversificou mercados. Mas, minimamente, o que se exportou este ano para o Brasil, de 3,88 milhões de toneladas, poderá ser exportado novamente no ano-safra 2022/2023. Após a adoção pelo governo argentino de um câmbio especial para exportação de soja, representantes das Bolsas de Cereais e de Comércio do país afastam a ideia de criação de medida semelhante para o trigo. Tanto para trigo quanto para milho e sorgo, no momento não há nada concreto e confirmado sobre um eventual câmbio especial específico. Uma eventual medida de câmbio especial para trigo poderia tornar o preço do cereal mais atrativo em pesos argentinos, moeda local.

Não aumentaria exportação porque o volume plantado e produzido já está dado, mas poderiam acelerar as vendas como ocorreu com a soja. A Bolsa de Comércio de Rosário destacou que a adoção de um câmbio especial para soja foi uma medida tomada pelo governo local para assegurar aos produtores um câmbio superior ao normal. Foi um incentivo para produtor vender sua soja e fabricantes comprarem em câmbio especial, gerando entrada de receita em dólares. Não há nenhuma notícia no momento e nada que sinalize que o trigo vai passar pelo mesmo. Já o consultor argentino do mercado de trigo, Pablo Maluenda, acredita que a adoção da medida pelo governo trata-se de questão de tempo. Para ele, o governo tende a estruturar uma medida semelhante para o trigo. Isso pode aumentar a vontade de exportar, mas já há estímulo para exportação pelo preço atrativo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.