28/Set/2022

Segundo projeções da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Trigo), o Brasil pode produzir 20 milhões de toneladas de trigo até 2030. Se persistir esse cenário nacional e internacional, mesmo sem ganhos de produtividade, hoje de 3.000 quilos por hectare, o País deve manter taxa de crescimento anual de 10% por ano e, assim, alcançar 20 milhões de toneladas em 2030. No máximo até 2030, a autossuficiência no abastecimento de trigo será alcançada. Atualmente, o País consome cerca de 12 milhões de toneladas de trigo por ano, sendo que internaliza de 50% a 60% do volume anualmente. Neste ano, a expectativa é colher perto de 9 milhões de toneladas em 3,1 milhões de hectares. As geadas registradas na semana passada no Rio Grande do Sul não devem ter impacto significativo na estimativa de produção.

O crescimento da produção nacional de trigo será impulsionado por expansão da área plantada no País em todas as regiões de plantio. Os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná ainda concentram 90% da produção brasileira. O Cerrado representa 9% da produção, mas é uma área que está em consolidação. O trigo fará o mesmo caminho da soja e do milho, da Região Sul para a Região Centro-Oeste. Há também estudos exploratórios acerca da viabilidade de plantio do trigo nos estados do Maranhão, Alagoas, Piauí, Ceará e Rondônia. Os preços estão incentivando o investimento do produtor no cereal passando de R$ 40,00 por saca de 60 Kg em 2018 para, em média, R$ 114,00 por saca de 60 Kg neste ano.

Já o custo elevado de produção do cereal tem efeito, em certa medida, de limitar a expansão, o que pode ser revertido pelo aumento da produtividade do cereal. Com avanço da produtividade, o triticultor pode produzir 160 sacas de 60 Kg por hectare com igual custo que produz 80 sacas de 60 Kg por hectare, o que aumenta sua rentabilidade. Outro fator motivador é o maior uso do cereal pela indústria de alimentação animal. O Brasil está no início de uma revolução que a triticultura e os cereais de inverno farão na alimentação animal. As pesquisas já mostram que, na alimentação de aves, o trigo fornece mais proteína que o milho. Atualmente, 90% do trigo produzido no País é destinado para panificação e 10% para alimentação animal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.