28/Set/2022

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a safra de trigo do Paraná deve ser cortada de 3,9 milhões de toneladas para até 3,7 milhões de toneladas, por causa do menor rendimento das lavouras. A produtividade da safra foi prejudicada pela estiagem severa que afetou as plantações do Estado na fase de desenvolvimento. Algumas regiões, especialmente no norte, ficaram até 50 dias sem chuva. Em virtude disso, deve haver redução da produção, mas ainda é uma safra boa. Os números do Deral/Seab devem ser atualizados nesta quinta-feira (29/09). Aproximadamente um terço da área plantada no Estado já foi colhida e o clima continua causando transtornos. Há problema pontual no volume colhido de perda de qualidade pelo excesso de chuva.

Mas, como é um ano de muito trigo, o problema de qualidade se dilui e ainda será uma safra que atende aos padrões mínimos da indústria. As chuvas intensas dos últimos dias, especialmente na metade sul do Estado, além do oeste, vem prejudicando a evolução dos trabalhos de campo. Há lavouras aptas a serem retiradas do campo, mas as chuvas prolongadas tornam inviável o trabalho. A previsão é de que as chuvas continuem na região pelos próximos dez dias. Dos dois terços das lavouras de trigo que ainda estão plantados, mais de 80% estão em fase vulnerável às chuvas (em maturação, floração ou frutificação). São plantações que estão no fim do ciclo de desenvolvimento e concentram-se justamente na região oeste, onde há maior ocorrência de chuvas. As lavouras do sul, que semeia mais tarde, ainda não apresentam grande impacto de chuvas.

Apesar do impacto das chuvas na qualidade das lavouras, esse excesso de umidade pode afetar também a produtividade das lavouras, além de favorecer a incidência de pragas e doenças nas plantas. O impacto em produtividade deve ser pequeno, enquanto o efeito de qualidade só é percebido após a colheita do cereal. A qualidade interfere no preço recebido pelo produtor pelo cereal. Desde o início da colheita de trigo no Estado, em meados de agosto, as cotações do cereal cederam cerca de 20% no Paraná, atingindo R$ 92,00 por saca de 60 Kg no mercado de balcão (preço pago ao produtor) no interior do Estado nesta semana ante os R$ 110,00 por saca de 60 Kg reportados antes da colheita. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.