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26/Set/2022

Preço do trigo pressionado pelo avanço da colheita

A negociação de trigo no disponível ocorre pontualmente, e os preços seguem em queda, principalmente no Paraná, onde a colheita avança. Os vendedores, contudo, estão retraídos diante de chuvas e geadas no Estado na semana passada. No Rio Grande do Sul, o hiato entre os valores indicados para compra e venda atrapalha a comercialização. Nas regiões norte e oeste do Paraná, que estão colhendo trigo, foram reportados negócios no começo da semana passada a R$ 1.700,00 por tonelada e, nos últimos dias, a negociação ocorreu entre R$ 1.680,00 e R$ 1.650,00 por tonelada, para entrega imediata e pagamento em 35 dias. A partir da metade da semana passada, entretanto, o interesse de venda diminuiu, com as chuvas na quarta-feira (21/09), geadas na sexta-feira (23/09), e previsão de mais chuvas a partir deste domingo (25/09). Os compradores também aguardam a reunião da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) para planejar novas aquisições.

No Paraná, na região dos Campos Gerais, os moinhos indicam R$ 1.700,00 por tonelada ou, os mais bem abastecidos, R$ 1.650,00 por tonelada, para entrega imediata e pagamento em 35 dias. Para negociação antecipada da safra 2023, a indicação de compra está entre R$ 1.550,00 e R$ 1.580,00 por tonelada, para entrega em novembro e pagamento em dezembro, porém os vendedores preferem aguardar para ver como ficará o clima nas próximas semanas. O forte da colheita na região é novembro. A colheita no Paraná atingiu 28% em comparação com 19% na semana passada. A proporção de lavouras em condições boas subiu para 79% (78% na semana anterior). O percentual em situação média diminuiu de 19% para 18% e o em condição ruim se manteve em 3%. As lavouras estão nas seguintes fases: desenvolvimento vegetativo (6% ante 9%); floração (12% em comparação com 16%); frutificação (39% ante 38%) e maturação (43% ante 37%).

No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, os compradores indicam R$ 1.750,00 por tonelada, para entrega imediata e pagamento em 30 dias, valor estável nos últimos sete dias. Há interesse de compra para exportação e consumo interno, mas muitos moinhos estão abastecidos e esperando a safra nova. Os vendedores estão tranquilos porque têm espaço em armazéns após as quebras da safra de verão (1ª safra 2021/2022). Os vendedores indicam entre R$ 2.100,00 e R$ 2.400,00 por tonelada. As lavouras foram ajudadas por chuvas recentes, na faixa de 40 mm. A Emater-RS informou que as condições do tempo na última semana foram favoráveis ao desenvolvimento da cultura. No momento, 70% dos cultivos estão em estágios reprodutivos, fase em que ocorre a confirmação de expectativas de produtividade. A umidade do ar mais baixa, a alta luminosidade e as temperaturas noturnas baixas e diurnas abaixo de 20°C contribuíram para evitar o encurtamento do ciclo e para a redução da pressão das doenças.

Na Bolsa de Chicago, os futuros de trigo fecharam em queda expressiva na sexta-feira (23/09). Traders embolsaram lucros após o mercado ter subido nas três sessões anteriores e acumulado ganho de quase 10% no período. O avanço do dólar ante as principais moedas também pesou sobre as cotações, já que torna commodities produzidas nos Estados Unidos menos atraentes para compradores estrangeiros. A previsão de uma safra recorde na Rússia também influenciou os negócios. A consultoria russa SovEcon estimou a produção russa de trigo em 100 milhões de toneladas. A consultoria Ikar elevou sua projeção de 97 milhões de toneladas para 100 milhões de toneladas. O trigo está caindo com estimativas extremamente grandes para a produção russa e com o dólar no maior nível em 20 anos. O vencimento dezembro do trigo na Bolsa de Chicago caiu 30,25 cents (3,32%), para US$ 8,80 por bushel. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.