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12/Set/2022

Preços do trigo em baixa com o avanço da colheita

Os moinhos estão se abastecendo nas regiões do Paraná que já têm maior volume de colheita de trigo, e os preços estão em queda. Chuvas na semana passada e as precipitações aguardadas para os próximos dias, contudo, podem atrapalhar a logística. No Rio Grande do Sul, o hiato entre as propostas e ofertas tem deixado a negociação lenta no disponível. No oeste e norte do Paraná, onde o trigo está sendo colhido, há registro de negócios entre R$ 1.800,00 e R$ 1.820,00 por tonelada posto em moinhos, para entrega imediata e pagamento em 30 dias.

Mas, a maior parte dos moinhos indicam R$ 1.750,00 por tonelada, valor que não atrai o interesse de vendedor. A única preocupação é com relação às chuvas, que, se forem excessivas, podem atrapalhar a retirada dos grãos ou danificar lavouras prontas. Os compradores estão apostando em R$ 1.700,00 por tonelada. Os primeiros volumes de trigo da safra 2022 haviam sido negociados entre R$ 1.850,00 e R$ 1.900,00 por tonelada.

Na região dos Campos Gerais, os preços se mantêm estáveis, mas a demanda é menor. Os compradores indicam R$ 1.800,00 por tonelada para os mesmos prazos. A maioria dos moinhos está abastecida. A expectativa é de preço mais para baixo com uma pressão de venda na safra. Para negociação antecipada da safra 2022, os compradores indicam R$ 1.750,00 por tonelada, para entrega em outubro e novembro e pagamento em dezembro nos Campos Gerais. Os preços já chegaram a bater em R$ 2.000,00 a R$ 2.200,00 por tonelada, mas nem por esses valores vendedores se animaram a negociar.

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita de trigo atingiu 12% na semana passada, em comparação com 5% na semana anterior. A proporção de lavouras em condições boas se manteve em 78%, assim como o percentual em situação média (19%) e ruim (3%). No Rio Grande de Sul, na região de Passo Fundo, os moinhos indicam entre R$ 1.700,00 e R$ 1.800,00 por tonelada, para retirada imediata e pagamento em 30 dias, valores similares aos observados na semana passada.

Os vendedores indicam entre R$ 2.100,00 e R$ 2.400,00 por tonelada. Essa divergência entre compradores e vendedores tem atrapalhado a negociação. Há ofertas de trigo para comercializar no Estado, mas os vendedores preferem aguardar oportunidades mais remuneradoras até a entrada da safra 2022, em novembro e dezembro. Por outro lado, os moinhos bem abastecidos não veem necessidade de chegar na pedida atual do vendedor. As lavouras do Estado têm evoluído com boa qualidade, e a única preocupação no momento são doenças por causa da umidade.

Segundo a Emater-RS, a cultura apresenta desenvolvimento adequado. O clima com noites frias e elevação das temperaturas ao longo do dia continuou favorecendo o crescimento e a evolução de fases dos cultivos. A fase predominante ainda é o desenvolvimento vegetativo, com 63% da área, mas a fase de floração já alcançou 32% e a de enchimento de grãos, 5%. Não há indicação de danos significativos causados pelas geadas ocorridas no período, mas os produtores permanecem alertas e avaliarão, com o passar dos dias, eventuais manifestações de prejuízo.

Na Bolsa de Chicago, os futuros de trigo fecharam em alta na sexta-feira (09/09), impulsionados pelo enfraquecimento do dólar ante as principais moedas, que torna commodities produzidas nos Estados Unidos mais atraentes para compradores estrangeiros. O trigo sobe apesar de fracas exportações dos Estados Unidos, mas o dólar está em baixa acentuada e os mercados de energia, em alta. Vários países estão buscando trigo no mercado, incluindo Jordânia, Japão e Bangladesh. O trigo ficou volátil na semana passada, em meio a especulações sobre o futuro do corredor de exportação de grãos ucranianos. O vencimento dezembro do trigo avançou 40,50 cents (4,89%), e fechou a US$ 8,69 por bushel. Na semana passada, acumulou ganho de 7,2%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.