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06/Set/2022

Tendência de baixa dos preços domésticos do trigo

Os preços do trigo seguem em baixa no Brasil, sobretudo no mercado de balcão (preço pago ao produtor), influenciados pela colheita da nova safra e pela demanda enfraquecida por parte de moinhos, que, por sua vez, estão com a moagem em ritmo mais lento. Estes agentes compradores estão no aguardo de novas reduções nos valores do cereal, fundamentados na proximidade da intensificação da colheita. Por enquanto, as atividades de campo estão no início no Paraná e ainda não foram iniciadas no Rio Grande do Sul. Assim, as negociações estão ocorrendo de forma pontual. Segundo apontam dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), até o dia 29 de agosto, 5% da área do Paraná havia sido colhida, sendo que 78% das lavouras apresentam boas condições; 19%, médias; e 3%, ruins, piora em comparação aos dados da semana anterior.

Destas, 37% estão em frutificação; 27%, em maturação; 19%, em floração; e 17%, em desenvolvimento vegetativo. No Rio Grande do Sul, de acordo com a Emater-RS, danos causados pela geada de agosto foram observados em lavouras que estavam em floração e em áreas mais baixas. No entanto, esse cenário não deve interferir no potencial produtivo. Até o dia 1º de setembro, 78% das lavouras estavam em germinação/desenvolvimento vegetativo; 18%, em floração; e 4%, em enchimento de grãos. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que, até o dia 27 de agosto, 5,7% da safra nacional havia sido colhida, já atingindo 85% da área em Goiás, 62% em Minas Gerais, 53% em Mato Grosso do Sul, 5% na Bahia, e 3% no Paraná. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor) apresenta recuo de 6,73% no Paraná, 3,35% no Rio Grande do Sul e de 2,69% em Santa Catarina.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), as quedas são de 4,75% em São Paulo, de 3,23% em Santa Catarina, de 3,13% no Paraná e de 2,44% no Rio Grande do Sul. Tomando-se como base dados da Conab, de 22 a 26 de agosto, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 400,53 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,11, o cereal importado era negociado a R$ 2.049,40 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.933,89 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 376,09 por tonelada, o equivalente a R$ 1.924,33 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.873,45 por tonelada na média do Estado. De acordo com dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos 23 dias úteis de agosto, as importações somaram 536,6 mil toneladas, contra 594,3 mil toneladas em agosto/2021.

Em relação ao preço de importação, a média de agosto/2022 esteve em US$ 441,00 por tonelada FOB origem, 59,6% acima da registrada no mesmo mês de 2021 (de US$ 276,30 por tonelada). O contrato Setembro/2022 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago tem valorização de 1,1% nos últimos sete dias, a US$ 7,93 por bushel (US$ 291,38 por tonelada). A alta está atrelada às exportações lentas da Rússia e à recompra de contratos. Na Bolsa de Kansas, o vencimento Setembro/2022 do trigo Hard Winter registra queda de 1,3% no mesmo período, a US$ 8,71 por bushel (US$ 320,22 por tonelada). A baixa é justificada pela melhora da qualidade das lavouras norte-americanas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 29 de agosto, 68% das lavouras de trigo de primavera nos Estados Unidos estavam em condições excelentes/boas; 26%, em regulares; e 6%, ruins/péssimas, leve melhora em comparação à semana anterior, sendo que 50% foram colhidos.

Em relação ao trigo de inverno, a colheita foi finalizada. A consultoria SovEcon elevou para 43,1 milhões de toneladas a estimativa do volume exportado de trigo da Rússia na temporada 2022/2023, aumento de 200 mil toneladas frente à estimativa de julho. Apesar disso, as exportações ainda seguem lentas. Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires permanecem estáveis nos últimos sete dias, a US$ 400,00 por tonelada. De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, as secas e as geadas prejudicaram o cultivo. Assim, atualmente, 67% das lavouras estão em condições hídricas adequadas/ótimas, e 33%, regulares/secas, piora em comparação à semana anterior. As condições de cultivo estão 59% normais, 24%, regulares/ruins e 17%, excelentes/boas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.