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30/Ago/2022

Tendência de recuo nos preços com mercado lento

Geadas foram registradas no Rio Grande do Sul e no Paraná nesta segunda quinzena de agosto, contexto que trouxe preocupações aos produtores. Apesar de ainda não ter sido possível avaliar a intensidade dos danos sobre as lavouras que estavam suscetíveis, dados mostram piora nas condições do campo no Paraná. Segundo apontam dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 80% das lavouras do Paraná apresentam boas condições, 17%, em médias e 3%, ruins, com piora após as geadas. Destas, 39% estão em frutificação, 22%, em floração, 21%, em desenvolvimento vegetativo e 18%, em maturação. Em relação à colheita, segue de forma lenta, devendo se intensificar no final de setembro. Até o momento, 2% das lavouras do Paraná foram colhidas. A estimativa da área semeada no Paraná foi elevada para 1,18 milhão de hectares, levando a produção para 3,9 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, de acordo com a Emater-RS, a semeadura de trigo foi finalizada na última semana. Até o dia 25 deste mês, 87% das lavouras estavam em germinação/desenvolvimento vegetativo, 12%, em floração e 1% estava em enchimento de grãos.

Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 20 de agosto, 4% da safra havia sido colhida no País, atingindo 80% da área em Goiás, 46% em Minas Gerais, 32% em Mato Grosso do Sul, 2% na Bahia e 1% no Paraná. As negociações seguem de maneira pontual, com baixa disponibilidade de trigo e com produtores e compradores aguardando a intensificação da colheita nacional para voltar ao spot. Nos últimos sete dias, os valores do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram recuo de 2,82% em Santa Catarina e de 1,01% no Paraná, mas avanço de 0,68% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as quedas são de 2,59% no Paraná, de 1,58% em São Paulo e 1,17% no Rio Grande do Sul, com elevação de apenas 0,19% em Santa Catarina. Tomando-se como base dados da Conab, de 15 a 19 de agosto, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 403,28 por tonelada para o produto posto no Paraná.

Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,15, o cereal importado era negociado a R$ 2.084,11 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.985,32 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 379,65 por tonelada, o equivalente a R$ 1.957,13 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.897,37 por tonelada na média do Estado. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de agosto, o Brasil importou 326,07 mil toneladas de trigo, contra 594,32 mil toneladas em todo o mês de agosto de 2021. Os preços de importação registram média de US$ 444,70 por tonelada FOB origem, 60,9% acima dos verificados no mesmo período de 2021 (US$ 276,30 por tonelada). O contrato Setembro/2022 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago tem valorização de 4,2% nos últimos sete dias, a US$ 7,84 por bushel (US$ 288,35 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o vencimento Setembro/2022 do trigo Hard Winter apresenta avanço de 4,6% no mesmo período, a US$ 8,83 por bushel (US$ 324,54 por tonelada).

As altas foram relacionadas à menor exportação da Rússia, à lentidão do escoamento por parte da Ucrânia, à maior demanda mundial e a informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostrando menor área semeada nos Estados Unidos neste ano. A consultoria SovEcon indica que o volume exportado pela Rússia nestes dois meses da safra 2022/2023 (julho e agosto) pode somar 5,9 milhões de toneladas, ficando 27% abaixo da quantidade do mesmo período de 2021 e o menor volume desde a temporada 2017/2018, o que, por sua vez, se deve aos elevados preços. Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram recuo de 2% nos últimos sete dias, a US$ 400,00 por tonelada. De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, atualmente, 70% das lavouras estão em condições hídricas adequadas/ótimas e 30%, regulares/secas, leve piora em comparação à semana anterior. As condições de cultivo estão 62% normais, 20%, regulares/ruins e 18% excelentes/boas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.