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26/Ago/2022

Camil Alimentos revela valor da compra da MABEL

A Camil informou que o preço global da aquisição das empresas que são donas da Mabel, anunciado no dia 23 de agosto, foi de R$ 152,8 milhões, para pagamento à vista na data do fechamento, sujeito aos ajustes previstos no contrato. A empresa reapresentou o fato relevante sobre a aquisição acrescentando o valor do negócio e condições de pagamento após questionando da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além da reapresentação do documento, a empresa informou ainda que a capacidade das duas plantas fabris existentes de propriedade das sociedades adquiridas é de 110 mil toneladas por ano, sendo que a capacidade efetivamente utilizada em 2021 foi de 66 mil toneladas, o que representa uma capacidade ociosa de aproximadamente 40%.

A receita líquida dos ativos atualmente é de R$ 421 milhões. Portanto, há espaço para dobrar o faturamento das sociedades, uma vez que já existe capacidade instalada para produzir o dobro do que foi produzido no último ano. Além de entrar no ramo de biscoitos, a gigante brasileira também adquiriu o direito de usar a marca Toddy em cookies. As empresas adquiridas pela Camil são responsáveis pela fabricação de biscoitos das marcas Mabelo, Doce Vida, Mirabel, Elbi’s e Pavesino. Fazem parte da transação as unidades industriais de Aparecida de Goiânia (GO) e Itaporanga D’Ajuda (SE), que têm hoje cerca de 800 funcionários.

A transação também estabelece o licenciamento, pela Pepsico para a Camil, da marca Toddy para cookies pelo prazo de dez anos, além da aquisição dos ativos que compõem a linha de produção dos doces. Para os tradicionais achocolatados, a Toddy continua com a Pepsico. A Pepsico vendeu a operação da fabricante de biscoitos Mabel após ter ficado dez anos com a empresa em seu portfólio. Não foi um bom negócio para a companhia norte-americana, uma vez que as perdas com a operação foram de mais de R$ 500 milhões, sem contar a inflação do período. A ordem da Pepsico era sair rápido do negócio, por isso o preço foi tão baixo.

O prejuízo de quase R$ 550 milhões foi revelado após a Camil ter divulgado que pagou um total de R$ 152,8 milhões pelas empresas que controlam a Mabel. Dez anos atrás, quando a Pepsico entrou no negócio, o valor foi bem diferente: cerca de R$ 700 milhões. Ou seja: a Pepsico recuperou pouco mais de 20% do valor pago. A Mabel foi fundada por uma família de imigrantes italianos nos anos 1950 e, antes da venda para a Pepsico, em 2012, teve o fundo Icatu entre seus sócios. A compra da Mabel veio em um momento de diversificação para a Camil. A empresa vem tentando ampliar seu portfólio e ganhar relevância na indústria alimentícia.

Mais conhecida por cereais (especialmente o arroz e o feijão), a Camil recentemente entrou no setor de massas, por meio da aquisição da Santa Amália, há um ano e tem uma operação de pescados enlatados. Hoje, a companhia já está presente, além do Brasil, em mercados como Uruguai, Chile, Peru, Argentina, Venezuela e Equador. Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Camil destacou que a Mabel é uma das marcas de biscoitos mais tradicionais e renomadas do Brasil, com liderança de vendas em rosquinhas no País e 2ª marca mais lembrada no cash & carry (atacarejo). A marca Toddy representa a 2ª marca em vendas de cookies no Brasil, com lembrança de marca acima de 98% para o consumidor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.