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23/Ago/2022

Tendência de preços estáveis no mercado interno

A frente fria que passou pelo País ocasionou geadas em parte das regiões produtoras de trigo, cenário que trouxe preocupações para alguns agricultores, sobretudo os que têm lavouras em fases de floração e de enchimento de grãos. Entretanto, ainda não foi possível estimar perdas e/ou impactos sobre a qualidade do cereal. Por enquanto, as estimativas seguem apontando uma boa safra. Ainda que de forma lenta, a colheita foi iniciada no Paraná, sendo que as atividades devem ser intensificadas em setembro. Segundo apontam dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 87% das lavouras do Estado estão em boas condições, 11%, em médias e apenas 2% estão ruins. Destas, 35% estão em desenvolvimento vegetativo, 31%, em floração, 28%, em frutificação e 6%, em maturação. De acordo com a Emater-RS, a semeadura de trigo no Rio Grande do Sul foi finalizada na última semana. Até o dia 18 de agosto, 90% das lavouras estavam em germinação/desenvolvimento vegetativo, 9%, em floração e 1%, em enchimento de grãos.

À medida que a intensificação da colheita da safra se aproxima no País, as negociações seguem de forma pontual, o que, por sua vez, vem limitando as quedas nos preços. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), o valor tem recuo de 1,87% em Santa Catarina, 1,78% no Rio Grande do Sul e 1,56% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as quedas são de 2,06% em São Paulo, de 1,7% no Rio Grande do Sul, de 0,90% no Paraná e de 0,82% em Santa Catarina. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 8 a 12 de agosto, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 400,49 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,10, o cereal importado era negociado a R$ 2.043,19 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 2.026,35 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 376,04 por tonelada, o equivalente a R$ 1.918,48 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.957,73 por tonelada na média do Estado. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de agosto, o Brasil importou 239,27 mil toneladas de trigo, contra 594,32 mil toneladas em todo o mês de agosto de 2021. Os preços de importação registram média de US$ 449,20 por tonelada FOB origem, 62,6% acima dos verificados no mesmo período de 2021 (US$ 276,30 por tonelada). O contrato Setembro/2022 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago registra desvalorização de 6,5% nos últimos sete dias, a US$ 7,53 por bushel (US$ 276,66 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o vencimento Setembro/2022 do trigo Hard Winter apresenta recuo de 5% no mesmo período, a US$ 8,44 por bushel (US$ 310,39 por tonelada).

Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires têm leve queda de 0,5% nos últimos sete dias, a US$ 408,00 por tonelada. As desvalorizações estão relacionadas à contínua exportação de grãos ucranianos pelo Mar Negro, entre eles, trigo, e ao aumento na estimativa de produção da Rússia. A SovEcon, consultoria russa, elevou novamente a estimativa da safra da Rússia, que deverá atingir 94,7 milhões de toneladas, volume recorde, fato relacionado às boas condições climáticas, que favoreceram o rendimento. Apesar disso, as exportações do país seguem ocorrendo de forma lenta. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 14 de agosto, 64% das lavouras de trigo de primavera nos Estados Unidos estavam em condições excelentes/boas, 30%, em regulares, e 6%, ruins/péssimas, sendo que 16% foram colhidos.

Em relação ao trigo de inverno, 90% da área havia sido colhida até a mesma data, abaixo do mesmo período do ano passado (97%) e da média dos últimos cinco anos (94%). De acordo com o USDA, até o dia 11 de agosto, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2022/2023) somavam 3,88 milhões de toneladas, 29,8% inferiores ao volume escoado no mesmo período do ano passado (5,03 milhões de toneladas). Na semana do dia 11 de agosto, especificamente, foram exportadas 373,2 mil toneladas, quantidade 41,3% menor que a da semana anterior (635,7 mil toneladas) e 37,1% inferior à registrada em período equivalente de 2021 (de 593,6 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram México (115,1 mil toneladas), Filipinas (87,7 mil toneladas) e Brasil (55,7 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.