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16/Ago/2022

Importações brasileiras de trigo recuando em 2022

De acordo com dados do Agrostat, a importação de trigo pela indústria moageira brasileira recuou 3,8% de janeiro a julho deste ano ante igual período do ano passado. No acumulado do ano, as compras externas do cereal somaram 3,695 milhões de toneladas, contra 3,840 milhões de toneladas importadas nos sete meses do ano passado. O valor desembolsado com as compras aumentou 23%, para US$ 1,236 bilhão ao fim dos sete meses deste ano, ante US$ 1,003 bilhão de igual período do ano passado. O valor médio do cereal avançou 31,8% passando de US$ 261,25 por tonelada para US$ 344,41 por tonelada. Tradicional importador de trigo, o Brasil vem importando menos cereal ao longo deste ano.

A retração das importações do cereal é atribuída aos elevados preços internacionais, à maior disponibilidade de cereal nacional no início deste ano, à demanda pouco aquecida nos primeiros meses do ano, à dificuldade de repasse do aumento do custo do trigo à farinha pela indústria moageira e ao recuo na moagem do cereal, típico para os primeiros meses do ano em que o consumo de derivados de trigo costuma ser menor. A maior parte do trigo internalizado nos sete meses deste ano se refere a contratos fechados nos últimos meses do ano passado, com embarques programados para ocorrer durante a janela de exportação argentina (dezembro a março), segundo operadores que trabalham com importação do cereal. No período, 3,231 milhões de toneladas de trigo vieram da Argentina.

Em julho, foram internalizadas 499,50 mil toneladas de trigo pela indústria brasileira, recuo de 6,61% ante o importado em igual mês do ano anterior, de 534,88 mil toneladas. O valor gasto com o produto aumentou 43,44% na mesma base comparativa, passando de US$ 146,53 milhões para US$ 210,18 milhões. O valor médio da commodity importada avançou 53,5%, para US$ 420,50 por tonelada. Para os próximos meses, até setembro, a tendência é de aumento nas importações brasileiras com o período de entressafra e o consumo de derivados estável, ou até mesmo elevação puxada pelos benefícios sociais pagos pelo governo federal.

A exportação caiu em julho, conforme esperado pelo País estar fora da janela sazonal de vendas externas. No mês, foram exportadas 40 toneladas do cereal, gerando receita de US$ 186 mil. Até dezembro, a tendência é de que não haja mais reportes de exportação brasileira de trigo. As remessas devem ser retomadas no fim do ano, com a entrada da nova safra nacional. No acumulado do ano, a exportação brasileira de trigo alcançou 2,484 milhões de toneladas, 337% maior que o vendido ao mercado externo em igual período do ano anterior, de 567.757 toneladas. Além disso, em sete meses o Brasil exportou mais que o dobro de todo o ano passado (1,130 milhão de toneladas), que havia sido o maior volume desde 2015.

A receita gerada com as exportações de trigo aumentou 524% na comparação anual, de US$ 122,591 milhões para US$ 764,952 milhões. Os preços elevados do trigo no mercado internacional, o dólar valorizado ante o Real no período de fechamento dos acordos e a guerra entre Rússia e Ucrânia são os principais motivos para o crescimento apontados por analistas de mercado. O fator "Rússia/Ucrânia", com o consequente aperto na oferta global do cereal e a valorização do produto no mercado internacional, também contribuiu para estimular produtores a vender cereal remanescente da safra passada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.