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09/Ago/2022

Tendência é de queda nos preços internos do trigo

As cotações do trigo em grão apresentam queda tanto no mercado externo quanto no interno. A principal causa da baixa é a expectativa de retomada das exportações de trigo da Ucrânia, visto que os embarques de milho do país já ocorreram na semana passada. Além disso, a melhora das condições das lavouras dos Estados Unidos também pressiona as cotações internacionais. Esse cenário influencia a baixa no mercado brasileiro. O contrato Setembro/2022 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago tem desvalorização de 4,0% nos últimos sete dias, cotado a US$ 7,75 por bushel (US$ 285,04 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o vencimento Setembro/2022 do trigo Hard Winter apresenta queda de 3,0% no mesmo período, a US$ 8,48 por bushel (US$ 311,68 por tonelada). Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires permanecem estáveis nos últimos sete dias, a US$ 410,00 por tonelada.

No Brasil, nos últimos sete dias, as cotações no mercado de lotes (negociações entre empresas) registram recuo de 5,04% no Rio Grande do Sul, 2,11% em Santa Catarina, 1,71% em São Paulo e 1,68% no Paraná. No mercado de balcão (preço pago ao produtor), o valor tem baixa de 1,49% no Rio Grande do Sul, mas alta de 0,81% em Santa Catarina e 0,46% no Paraná. Os preços no mercado doméstico estão sendo fortemente influenciados pela baixa nas cotações internacionais. Quanto à comercialização, a lentidão permanece, com moinhos aguardando a safra nova, enquanto os produtores que ainda possuem o cereal da última temporada estão desestimulados a vender com o menor preço. A consultoria russa SovEcon diminuiu em 800 mil toneladas a projeção da safra ucraniana de trigo, devido ao conflito com a Rússia. Assim, 19,9 milhões de toneladas devem ser colhidas, baixa expressiva em comparação aos 32,2 milhões de toneladas no ano passado.

Na Argentina, de acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura foi quase finalizada e alcançou 99,6% da área. As chuvas da última semana favoreceram a condição das lavouras, e 66% estão em condição hídrica ótima/adequada, melhora em comparação à semana anterior. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 31 de julho, 70% das lavouras de trigo de primavera norte-americanas estavam em condições excelentes/boas, 23%, regulares, e 7%, ruins/péssimas, melhora em comparação à semana anterior. Em relação ao trigo de inverno, 82% da área havia sido colhida até a mesma data, inferior ao mesmo período do ano passado (90%) e à média dos últimos cinco anos (85%). Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em julho/2022, o Brasil exportou apenas 805,12 toneladas de trigo. O volume em 12 meses (de agosto/2021 a julho/2022), porém, somou 3,16 milhões de toneladas, um recorde para o período.

De janeiro a julho de 2022, foram embarcadas 2,6 milhões de toneladas, também um recorde considerando-se os sete primeiros meses do ano. Do lado das importações, chegaram aos portos brasileiros 499,49 mil toneladas em julho, baixas de 20,3% em comparação a junho/2022 e de 6,6% em relação a julho/2021. As aquisições tiveram a Argentina (mais de 90%) como principal origem, ao preço médio de R$ 2.257,01 por tonelada. Em 12 meses, as importações somaram 6,08 milhões de toneladas. De acordo com o USDA, até o dia 28 de julho, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2022/2023) somavam 2,84 milhões de toneladas, 24,9% inferiores ao volume escoado no mesmo período do ano passado (3,79 milhões de toneladas). Na semana de 28 de julho, especificamente, foram exportadas 256,6 mil toneladas, quantidade 46% menor que a da semana anterior (475,5 mil toneladas) e 36,7% inferior ao registrado em período equivalente de 2021 (de 405,2 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram México (91,20 mil toneladas), Taiwan (41,99 mil toneladas) e Iêmen (30,00 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.