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02/Ago/2022

Preços do trigo pressionados pela queda do dólar

No mercado interno, os preços do trigo estão pressionados pelo recuo do dólar ante o Real, de 5,90% na semana passada. O valor pago pelo cereal caiu de R$ 150,00 a R$ 200,00 por tonelada no spot nas principais regiões produtoras. Isso porque a desvalorização da moeda norte-americana pressiona os preços do grão argentino, diminuindo a paridade do trigo nacional ante o importado. O trigo argentino acompanhou a queda do dólar e caiu de US$ 410,00 por tonelada FOB para embarque em agosto, para US$ 390,00 por tonelada, enquanto a safra nova se mantém em US$ 345,00 por tonelada FOB para embarque em dezembro. Neste cenário, para manter atrativa a compra do trigo local, os moinhos ajustam as propostas. Com os preços menores e com a baixa disponibilidade do grão, a negociação está praticamente travada no mercado doméstico.

No Paraná, na região dos Campos Gerais, há registro de negócios para moinhos com necessidade de abastecimento imediato entre R$ 2.000,00 e R$ 2.100,00 por tonelada CIF moinho, para entrega imediata e pagamento em 30 dias (R$ 200,00 por tonelada abaixo do indicado pela indústria na semana passada). Com o dólar mais fraco, o trigo importado fica competitivo e moinho não paga mais pelo nacional do que paga pelo argentino, que tem qualidade superior. O trigo argentino é cotado em média entre R$ 2.100,00 e R$ 2.200,00 por tonelada embarcada no Porto de Paranaguá. Os moinhos estão bem abastecidos com cereal importado, que foi adquirido muito anteriormente. Neste momento, é pouco frequente efetuar novas compras porque é difícil operar nos portos, pelos embarques frequentes de milho 2ª safra de 2022 e açúcar. A maioria dos produtores, contudo, não aceita as indicações da indústria moageira. O produtor está capitalizado e tem três grãos para negociar. Ele só cede na indicação quando a outra commodity cai.

Os poucos produtores que ainda possuem cereal remanescente da safra 2021 indicam entre R$ 2.200,00 e R$ 2.300,00 por tonelada FOB, com custo de mais de R$ 70,00 a R$ 80,00 por tonelada de frete para os moinhos. O produtor está preferindo segurar milho e vender o trigo, porque a tendência do milho é de fortalecimento dos preços, enquanto as cotações do trigo tendem a recuar com a entrada da safra nova. Para a safra 2022, que será colhida a partir de agosto, há poucas trocas para insumos. Não há sequer indicação de compra para trigo futuro na região. As lavouras vêm se desenvolvendo bem no Estado, porém começa haver necessidade de chuva nas áreas no norte e oeste do Paraná. Nos Campos Gerais, as chuvas foram significativas e não houve geada. O produtor conseguiu aplicar adubos no momento adequado, por isso a expectativa é de boa colheita. No Rio Grande do Sul, apenas lotes pontuais são comercializados. Os moinhos indicam R$ 2.000,00 por tonelada CIF no spot, para entrega imediata, ante R$ 2.150,00 por tonelada indicados na semana anterior, enquanto os produtores pedem R$ 2.000,00 por tonelada FOB.

As cotações para o cereal da safra nova, que será colhido a partir de outubro no Estado, cederam de R$ 1.980,00 por tonelada CIF Porto de Rio Grande, para entrega em novembro e pagamento em dezembro, há uma semana, para R$ 1.850,00 por tonelada. Não há registro de negócios para exportação porque o produtor indica R$ 2.000,00 por tonelada FOB. Os produtores não estão vendendo safra nova, estão esperando colher. Para trigo paranaense, a indústria moageira indica entre R$ 1.900,00 e R$ 1.950,00 por tonelada CIF Região Metropolitana de Curitiba, para entrega em setembro e pagamento em 30 dias, ante de R$ 2.000,00 a R$ 2.100,00 por tonelada CIF propostos uma semana antes. Os vendedores, por sua vez, indicam entre R$ 2.000,00 e R$ 2.100,00 por tonelada FOB. O cereal argentino chegaria ao Porto de Rio Grande a R$ 2.300,00 por tonelada CIF porto, para entrega em agosto, ou a US$ 400,00 por tonelada colocada no porto em dezembro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.