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25/Jul/2022

Preços em desacordo entre agentes limita mercado

A comercialização de trigo transcorre em ritmo lento no País. A falta de acordo quanto aos preços limita os negócios nas principais regiões produtoras. Saem lotes apenas quando há necessidade de abastecimento imediato de moinhos. Além disso, os moinhos têm resistido em ceder às pedidas dos produtores, alegando que preferem esperar a entrada da próxima safra, em cerca de 40 dias. No Paraná, a negociação é fraca e não relatos de negócios no spot. Os moinhos de médio porte estão bem estocados. A maioria fala que só precisa de cereal para a safra nova e outros moinhos afirmam que possuem cereal para o abastecimento até o fim de setembro e, assim, só irão comprar novos volumes em outubro. Os moinhos estão retraídos neste momento, diante da possibilidade de uma safra volumosa. Além disso, há pouco trigo disponível no Estado e são poucos os compradores que se sujeitam a pagar os preços atuais, considerados elevados. O desacordo sobre preços prevalece entre os agentes.

Os produtores indicam mais de R$ 2.000,00 por tonelada FOB, mas nenhum moinho quer pagar este valor. Para trigo do Rio Grande do sul, os vendedores indicam R$ 2.100,00 por tonelada FOB, mais 12% de ICMS e frete de R$ 150,00 por tonelada. Para o trigo do Paraná, os compradores não apresentam indicação no spot. Para a safra nova, que deve começar a ser colhida no Estado a partir de agosto, os moinhos indicam R$ 1.900,00 por tonelada para setembro, com propostas tanto na modalidade CIF quanto no FOB, mas a indicação dos produtores é de R$ 1.800,00 por tonelada para setembro. Com o acordo entre Rússia e Ucrânia, os preços futuros tendem a se arrefecer. Com a proximidade da safra, produtores podem ficar mais flexíveis nas indicações, a fim de efetivar novos negócios. No momento, a perspectiva para a safra nacional é muito boa. Pelo menos 6 milhões de toneladas devem estar garantidas, porque a safra já está implantada, com potencial de alcançar até 10 milhões de toneladas.

No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, lotes pontuais de trigo têm sido negociados. Os preços estão entre R$ 2.230,00 e R$ 2.250,00 por tonelada CIF, para entrega imediata e pagamento em 30 dias. As cotações, após subirem bastante ao longo do ano, nos últimos dias estão estáveis. Mesmo assim, há produtores indicando valores mais altos, entre R$ 2.550,00 e R$ 2.600,00 por tonelada FOB, nos mesmos prazos. Mas, por esses preços, não tem interesse de compra. De todo modo, produtores estão com espaço suficiente no silo para estocar a safra velha de trigo, pois ainda restam cerca de 20% da colheita passada no Estado, e também a safra nova, cujo plantio está em andamento.

O plantio está atrasado no Estado, devido ao excesso de chuvas, mas dentro da janela ideal. Mesmo com baixo volume de negociações, com o dólar em alta, o que torna proibitivo a importação de trigo, os moinhos têm buscado se abastecer no mercado interno. Além disso, a demanda interna por trigo também caiu porque o consumo de derivados de trigo está lento. Em relação ao trigo futuro da safra 2022, cujo plantio está sendo finalizado, o mercado está parado. O produtor vê os preços no spot bastante altos e favoráveis, então evita vender safra futura. Assim, não há referências para trigo futuro em Passo Fundo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.