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20/Jul/2022

Exportação brasileira de trigo registra forte avanço

A importação de trigo pela indústria moageira brasileira recuou 3,3% no primeiro semestre deste ano ante igual período do ano passado. De janeiro a junho, as compras externas do cereal somaram 3,195 milhões de toneladas, ante 3,305 milhões de toneladas importadas na primeira metade do ano passado, de acordo com dados do Agrostat, divulgados no dia 15 de julho. O valor desembolsado com as compras aumentou 19,72%, para US$ 1,026 bilhão ao fim dos seis primeiros meses deste ano, ante US$ 856,56 milhões de igual período do ano passado. O valor médio do cereal avançou 23,9% passando de US$ 259,19 por tonelada para US$ 321,17 por tonelada. Tradicional importador de trigo, o Brasil vem importando menos cereal ao longo deste ano.

Analistas atribuem à retração das importações do cereal aos elevados preços internacionais, à maior disponibilidade de cereal nacional no início deste ano, à demanda pouco aquecida nos primeiros meses do ano, à dificuldade de repasse do aumento do custo do trigo à farinha pela indústria moageira e ao recuo na moagem do cereal, típico para os primeiros meses do ano em que o consumo de derivados de trigo costuma ser menor. A maior parte do trigo internalizado nos primeiros seis meses deste ano se refere a contratos fechados nos últimos meses do ano passado, com embarques programados para ocorrer durante a janela de exportação argentina (dezembro a março). No período, 2,777 milhões de toneladas de trigo vieram da Argentina.

A partir de junho, contudo, a importação do cereal pela indústria brasileira começou a apresentar sinais de aquecimento. Em junho, foram internalizadas 627,112 mil toneladas de trigo pela indústria brasileira, avanço de 15,8% ante o importado em igual mês do ano anterior, de 541,584 mil toneladas. O valor gasto com o produto aumentou 67,4% na mesma base comparativa, passando de US$ 145,659 milhões para US$ 243,865 milhões. O valor médio da commodity importada avançou 44,6%, para US$ 388,87 por tonelada. Para os próximos meses, a tendência é de aumento nas importações brasileiras com o período de entressafra e o consumo de derivados estável, ou até mesmo elevação durante o inverno.

A exportação vem batendo recordes sucessivos. No primeiro semestre do ano, a exportação brasileira de trigo alcançou 2,491 milhões de toneladas, 338,6% maior que o vendido ao mercado externo em igual período do ano anterior, de 567,757 mil toneladas. Além disso, em seis meses o Brasil exportou mais que o dobro de todo o ano passado (1,130 milhão de toneladas), que havia sido o maior volume desde 2015. A receita gerada com as exportações de trigo aumentou 525,4% na comparação anual, de US$ 122,591 milhões para US$ 766,647 milhões. Os preços elevados do trigo no mercado internacional, o dólar valorizado ante o real no período de fechamento dos acordos e a guerra entre Rússia e Ucrânia são os principais motivos para o crescimento.

O fator "Rússia-Ucrânia", com o consequente aperto na oferta global do cereal e a valorização do produto no mercado internacional, também contribuiu para estimular produtores a vender cereal remanescente da safra passada. Em junho, mesmo fora da janela sazonal de exportação, que vai até março, o País registrou novos embarques do produto. No mês, 47,02 mil toneladas foram exportadas, gerando receita de US$ 18,251 milhões. Em junho do ano passado, não foram reportadas vendas externas do cereal brasileiro. O volume exportado no mês é saldo remanescente enviado ao exterior e vendido após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Até dezembro, a tendência é que não haja mais reportes de exportação brasileira de trigo. As remessas devem ser retomadas no fim do ano com a entrada da nova safra nacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.