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19/Jul/2022

Tendência de preços estáveis no mercado interno

Com agentes atentos à finalização da semeadura em muitas regiões e já aguardando a entrada da nova safra nacional de trigo, que deve ter produção recorde, as negociações vêm ocorrendo de forma pontual. O setor nacional também está atento a estimativas indicando quedas de produções mundiais e da Argentina. Vale lembrar que este último é o principal fornecedor de cereal do Brasil. Os preços seguem firmes, operando acima dos R$ 2.000,00 por tonelada e apresentando apenas pequenas variações, sobretudo no mercado de balcão. Nos últimos sete dias, os valores no mercado de balcão (preço pago ao produtor) permanecem estáveis no Paraná e em Santa Catarina e avanço de 0,23% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações apresentam queda de 0,74% no Paraná e de 0,18% no Rio Grande do Sul, mas seguem estáveis em Santa Catarina e registram avanço de 0,9% em São Paulo.

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que a semeadura no País somava, até o dia 9 de julho, 88,1% da área esperada. Os trabalhos foram finalizados em Goiás, Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Mato Grosso do Sul e alcançaram 96% no Paraná, 80% no Rio Grande do Sul e 71% em Santa Catarina. Informações do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) demonstraram que a semeadura de trigo no Paraná está quase finalizada, com 99% da área já implantada do total de 1,17 milhão de hectares. A expectativa é de colheita de 3,9 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS divulgou que a semeadura alcançou 88% da área. Dados divulgados pelo Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) na semana passada indicaram reduções da produção, do consumo e dos estoques mundiais da safra 2022/2023 frente aos da temporada anterior (2021/2022).

No caso dos estoques finais, houve aumento em relação ao relatório de junho. A produção mundial 2022/2023 está estimada em 771,6 milhões de toneladas, queda de 0,2% em comparação ao apontado em junho/2022 e 0,9% menor que a temporada passada. Esta redução está relacionada à menor produção na Ucrânia, União Europeia e Argentina, já que as elevações nos Estados Unidos, no Canadá e na Rússia não foram suficientes para o movimento de alta. Quando ao consumo mundial, o USDA estima em 784,2 milhões de toneladas, baixas de 0,2% no relatório mensal e de 0,8% em um ano, devido ao menor uso na Ucrânia e União Europeia. Em relação aos estoques finais, podem somar 267,5 milhões de toneladas, alta de leve 0,3% no comparativo com junho, mas queda de 4,5% na comparação a 2021/2022. Em relação às exportações da safra 2022/2023, o USDA prevê volume de 206,6 milhões de toneladas transacionadas, 0,6% acima do relatório de junho, com maiores volumes do Brasil, do Canadá e dos Estados Unidos.

Em relação à safra anterior, o volume exportado deverá ser 2,5% superior, sobretudo devido à alta do Canadá, da Rússia e da União Europeia. Apesar da alta mundial, os volumes exportados pela Ucrânia, Índia e Argentina são inferiores aos da safra anterior, com quedas de 8,8 milhões de toneladas, 4 milhões de toneladas e 3,6 milhões de toneladas, respectivamente. Na Argentina, a Bolsa de Comércio de Rosário estima que a semeadura no país caia de 6,2 milhões de hectares para 5,9 milhões de hectares na safra 2022/23, fato justificado pelo déficit hídrico. A área com o cereal não ficava abaixo de 6 milhões de hectares desde a temporada 2017/2018 (5,4 milhões de hectares). Assim, a produção também foi reduzida, prevista agora em 17,7 milhões de toneladas. De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura de trigo atingiu 90,7% da área argentina, atrasada em comparação à temporada passada e abaixo da média dos últimos cinco anos.

Destas, 59% estão em condições normais, 23%, em regulares/ruins e 18%, boas/excelentes, piora em comparação à semana anterior. Nos Estados Unidos, o contrato Setembro/2022 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago tem desvalorização de expressivos 12,9% nos últimos sete dias, a US$ 7,76 por bushel (US$ 285,41 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o vencimento Setembro/2022 do trigo Hard Winter apresenta baixa 11,4% no mesmo período, a US$ 8,37 por bushel (US$ 307,75 por tonelada). As quedas foram relacionadas à colheita, às boas condições das lavouras norte-americanas, à possibilidade de um corredor para exportação de grãos no Mar Negro e às desvalorizações do milho. Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram recuo de 3,9% nos últimos sete dias, a US$ 423,00 por tonelada.

No Brasil, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de julho, as importações somam 167,43 mil toneladas, contra 534,87 mil toneladas em todo o mês de julho de 2021. Os preços de importação registram média de US$ 438,50 por tonelada FOB origem, 60,1% acima dos verificados no mesmo período de 2021 (US$ 274,00 por tonelada). Até o dia 30 de junho, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2022/2023) somavam 1,45 milhão de toneladas, 23,9% inferiores ao volume escoado no mesmo período do ano passado (1,90 milhão de toneladas). Na semana do dia 30 de junho, especificamente, foram exportadas 111,83 mil toneladas, quantidade 68,3% menor que a da semana anterior (352,89 mil toneladas) e 69,6% inferior à registrada em período equivalente de 2021 (de 368,27 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram México (68,15 mil tonelada), Colômbia (16,63 mil tonelada) e Venezuela (12,55 mil tonelada). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.