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12/Jul/2022

Tendência de sustentação para os preços do trigo

Neste início de julho, as atenções de agentes do setor tritícola estão voltadas às atividades de campo no mundo, envolvendo a colheita e o clima no Hemisfério Norte e projeções de safra e plantio para o Hemisfério Sul. Para o Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reajustou positivamente as estimativas de área e de produtividade e, consequentemente, da produção da temporada deste ano do Brasil (safra 2022/2023, que deve ser iniciada oficialmente em agosto/2022). Está prevista colheita recorde de 9,03 milhões de toneladas, alta de 17,6% em comparação à temporada anterior (2021/2022). A produtividade deve crescer 10,3% frente a 2021/2022, indo para 3,092 toneladas por hectare. A área com o cereal deve aumentar 6,6%, somando 2,92 milhões de hectares. Apesar de colheita recorde, a estimativa de importação está mantida em 6,5 milhões de toneladas, gerando disponibilidade interna de 16,02 milhões de toneladas, um recorde. O consumo doméstico está projetado em 12,26 milhões de toneladas, também recorde.

Entretanto, o excedente interno também chegará aos maiores volumes já registrados (em linha com o de 2016), a 3,75 milhões de toneladas, o que exige que as exportações sigam em bons volumes. Por enquanto, a previsão da Conab é que o Brasil exporte 2,5 milhões de toneladas entre agosto/2022 e julho/2023, implicando em estoque final de 1,25 milhão de toneladas em julho/2023. Na Argentina, de acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a projeção da semeadura 2022/2023 de trigo foi novamente reduzida em 100 mil hectares, devido ao déficit hídrico nas áreas agrícolas. Assim, a área com o cereal no país deverá ser de 6,2 milhões de hectares, das quais 85,2% já estão implantadas. Em relação às condições das lavouras, 60% estão normais, 21%, em boas/excelentes e 19%, em regulares/ruins. Estimativas para os Estados Unidos e em termos globais serão divulgadas nesta terça-feira (12/07), pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Por enquanto, o USDA indicou que, até o dia 3 de julho, 66% das lavouras de trigo de primavera nos Estados Unidos estavam em condições excelentes/boas, 26%, em regulares e 8%, em ruins e/ou péssimas, melhora em comparação à semana anterior. Em relação ao trigo de inverno, até a mesma data, 54% da área havia sido colhida, acima do mesmo período do ano passado (43%) e superior à média dos últimos cinco anos (48%). Nos últimos sete dias, os preços do trigo apresentam leves variações, pressionados em alguns casos pela desvalorização do dólar frente ao Real. Nesse mesmo período, os valores no mercado de balcão (preço pago ao produtor) permanecem estáveis no Paraná. Em Santa Catarina, o avanço é de 1,29% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações registram queda de 1,83% no Paraná, 0,17% em São Paulo e 0,11% no Rio Grande do Sul, mas seguem estáveis em Santa Catarina. Nos Estados Unidos, o contrato Julho/2022 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago tem valorização de 5,8% nos últimos sete dias, a US$ 8,79 por bushel (US$ 323,07 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o vencimento Julho/22 do trigo Hard Winter tem alta de 4,4% no mesmo período, a US$ 9,50 por bushel (US$ 349,34 por tonelada). Os avanços dos preços futuros foram ligados à piora das condições das lavouras argentinas e à preocupação com oferta mundial, além de correções das quedas expressivas nas semanas anteriores. Em contrapartida, na Argentina, as cotações FOB no porto de Buenos Aires caíram 2,2% de 1º a 8 de julho, fechando a US$ 440,00/tonelada no dia 8. Esse movimento foi observado mesmo diante de informações indicando menor área destinada ao cereal. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em junho/2022, o Brasil exportou 47,02 mil toneladas de trigo, somando 3,16 milhões de toneladas em 12 meses (de julho/2021 a junho/2022). De janeiro a junho de 2022, foram embarcadas 2,6 milhões de toneladas, um recorde para os seis primeiros meses do ano. Do lado das importações, chegaram aos portos brasileiros 627,11 mil toneladas em junho, sobretudo da Argentina, ao preço médio de R$ 1.965,74 por tonelada. Em 12 meses, as importações somaram 6,12 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.