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07/Jul/2022

Exportação brasileira de trigo está batendo recordes

Tradicional importador de trigo, o Brasil vem importando menos cereal ao longo deste ano. De janeiro a maio, as compras externas do cereal somaram 2,570 milhões de toneladas, 7% menos que em igual período do ano passado, de acordo com dados do Agrostat, divulgados no dia 1º de julho. Como motivos destacam-se os elevados preços internacionais, a maior disponibilidade de cereal nacional no início deste ano, a demanda pouco aquecida nos primeiros meses do ano, a dificuldade de repasse do aumento do custo do trigo à farinha pela indústria moageira e o recuo na moagem do cereal, típico para os primeiros meses do ano em que o consumo de derivados de trigo costuma ser menor. O recuo na importação deve-se à menor moagem dos moinhos, aos preços muito elevados do trigo importado e às margens negativas, que levaram à retração na internalização do cereal.

A maior parte do trigo importado nos primeiros cinco meses deste ano se referiu a contratos fechados nos últimos meses do ano passado, com embarques programados para ocorrer durante a janela de exportação argentina (dezembro a março), segundo operadores que trabalham com importação do cereal. Da Argentina, vieram 2,202 milhões de toneladas. O valor desembolsado com as compras aumentou 10,1%, para US$ 782,94 milhões ao fim dos cinco primeiros meses deste ano, ante US$ 710,90 milhões de igual período do ano passado. O valor médio do cereal avançou 18,4% passando de US$ 257,29 por tonelada para US$ 304,65 por tonelada. Os números mensais de comercialização de trigo são geralmente liberados por volta do dia 10 de cada mês, referentes ao mês anterior.

O atraso na divulgação aos dados de maio ocorre em virtude da morosidade na liberação dos números consolidados da balança comercial por causa da greve de servidores. Em maio, foram internalizadas 534,031 mil toneladas de trigo pela indústria brasileira, queda de 9,58% ante o importado em igual mês do ano anterior, de 590,580 mil toneladas. O valor gasto com o produto aumentou 14,8% na mesma base comparativa, passando de US$ 159,271 milhões para US$ 182,869 milhões. O valor médio da commodity importada avançou 27%, para US$ 342,43 por tonelada. Para os próximos meses, a tendência é de aumento nas importações brasileiras com o período de entressafra e o consumo de derivados estável, ou até mesmo elevação durante o inverno. A exportação vem batendo recordes sucessivos.

Nos primeiros cinco meses do ano, a exportação brasileira de trigo alcançou 2,453 milhões de toneladas, 332% maior que o vendido ao mercado externo em igual período do ano anterior. Além disso, em cinco meses o Brasil exportou mais que o dobro de todo o ano passado (1,130 milhão de toneladas), que havia sido o maior volume desde 2015. A receita gerada com as exportações de trigo aumentou 510% na comparação anual, de US$ 122,591 milhões para US$ 747,850 milhões. Os preços elevados do trigo no mercado internacional, o dólar valorizado ante o Real no período de fechamento dos acordos e a guerra entre Rússia e Ucrânia são os principais motivos para o crescimento das exportações. O fator "Rússia/Ucrânia", com o consequente aperto na oferta global do cereal e a valorização do produto no mercado internacional, também contribuiu para estimular produtores, especialmente os do Rio Grande do Sul, a vender cereal remanescente da safra passada.

Em maio, mesmo fora da janela sazonal de exportação, que vai até março, o País manteve ritmo de embarque. No mês, 117,119 mil toneladas foram exportadas, aumento expressivo ante as 10 toneladas comercializadas ao mercado externo em igual mês do ano passado. A receita gerada com as vendas foi de US$ 37,540 milhões, ante US$ 21 mil. O volume exportado no mês é saldo remanescente enviado ao exterior. Esse volume foi vendido após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, quando produtores venderam cerca de 180 mil tonelada para serem embarcadas nos meses seguintes. Até dezembro, a tendência é que não haja mais reportes de exportação brasileira de trigo. Se houve algum embarque em junho, foi residual. Os embarques devem ser retomados no fim do ano com a entrada da nova safra nacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.