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28/Jun/2022

Preços do trigo avançam com restrições na oferta

Os preços do trigo no mercado interno estão em alta nas principais regiões produtoras do País, puxados pela baixa oferta de cereal e pela elevada paridade de importação do trigo argentino. Em contrapartida, a liquidez está limitada pela disponibilidade restrita de grão remanescente da safra passada. Moinhos, por sua vez, demandam apenas trigo para reposição de estoques imediatos. A comercialização antecipada da safra nova está ainda mais lenta, com produtores aguardando o desenvolvimento das lavouras e receosos de efeitos danosos de eventuais geadas.

No Paraná, na região dos Campos Gerais, o mercado é lento. Na região de Ponta Grossa. Há registro de negócios pontuais a R$ 2.400,00 por tonelada FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias, equivalente a R$ 2.500,00 por tonelada posta no moinho. O comprador está disposto a pagar, mas não tem oferta. Os negócios são esporádicos, porque não tem mais trigo. Os valores pagos pelo cereal registram alta de aproximadamente R$ 150,00 por tonelada nos últimos sete dias (ante os R$ 2.250,00 por tonelada pagos pelos moinhos na semana anterior). Os compradores estão cedendo e aceitam a indicação do produtor porque o trigo importado está muito elevado. Para a safra nova, não há registro de negócios. Os produtores estão retraídos, com receio de eventuais geadas. Não há sequer indicação de compra. A safra está se desenvolvendo bem, com a maior parte das lavouras já implantadas.

No Rio Grande do Sul, na região de Ijuí, o mercado no spot também é lento. A tendência é que até a chegada da próxima safra o mercado fique ainda mais de lado porque há menos trigo disponível. O mercado é pontual, limitado pela oferta. Os moinhos indicam entre R$ 2.220,00 e R$ 2.230,00 por tonelada FOB, para embarque em junho e pagamento em agosto. Os vendedores indicam entre R$ 2.250,00 e R$ 2.400,00 por tonelada FOB. Os preços estão firmes e saem negócios quando há acordo entre o pedido e oferecido, mas ambos os agentes não apresentam pressão para negócios. Os vendedores têm pouco trigo e os moinhos possuem estoque suficiente para moagem em todo mês de julho e em meados de agosto. Nos últimos sete dias, os valores pagos pelo cereal apresentam avanço de R$ 50,00 por tonelada.

Até a entrada da safra, em meados de outubro e novembro, os preços devem continuar firmes e com viés altista, por causa da baixa oferta. A alternativa de reposição à indústria são os trigos argentino e paraguaio, mas eles chegam hoje em patamares superiores ao nacional, em torno de R$ 2.600,00 por tonelada. Outra alternativa para indústria moageira é a busca de trigo no Paraná, contudo, também a preços elevados, com incremento de frete e de ICMS. Além disso, os vendedores paranaenses não fornecem preço. Então, a cotação está incerta e, provavelmente, a referência seria a paridade de exportação. Atualmente, o trigo do Paraná da safra nova não seria comercializado por menos de R$ 2.100,00 por tonelada FOB, para entrega em meados de setembro. Provavelmente, os moinhos do Rio Grande do Sul terão que pagar caro e comprar o cereal para emendar na entressafra.

Em relação à safra nova, as vendas antecipadas estão paradas em virtude do clima, porque o produtor não quer fixar nada até melhoria das lavouras e conclusão do plantio, que está em cerca de 50% da área. As chuvas intensas e frequentes que afetaram as lavouras nas últimas semanas no Rio Grande do Sul, limitaram a emergência das plantas e acarretaram a perda da qualidade do cereal. A exportação continua ativa nos pedidos de lotes para safra nova. Os preços em dólar têm queda de US$ 10,00 por tonelada nos últimos sete dias, acompanhando a queda das cotações internacionais. Atualmente, os exportadores indicam de R$ 2.070,00 a R$ 2.080,00 por tonelada CIF Porto de Rio Grande, para entrega em novembro e dezembro e pagamento no início de janeiro, com frete médio de R$ 120,00 por tonelada do interior ao porto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.