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20/Jun/2022

Preços do trigo firmes com a entressafra e o dólar

Os preços do trigo continuam firmes em meio à entressafra nacional e a alta do dólar. No Rio Grande do Sul, os negócios no spot avançam com produtores se desfazendo de volumes remanescentes. No Paraná, a negociação está lenta. Toda a conjuntura é incerta, com câmbio, guerra e logística. E os moinhos não encontram condição de repasse imediato para o mercado, além de já estarem com margens apertadas. Neste momento, os moinhos vêm trabalhando com seus estoques. Negócios pontuais são registrados, após a indústria moageira conseguir recompor parte dos preços, mas em volumes pequenos e conforme a necessidade. Os moinhos consomem estoques até porque as vendas não estão muito aquecidas. Algumas fábricas alegam que têm cereal disponível até a entrada da safra local em meados de setembro. Os moinhos sugerem que poderiam efetivar novos volumes a R$ 2.200 por tonelada colocada na Região Metropolitana de Curitiba.

Em contrapartida, os vendedores mantêm pedidas firmes. Os vendedores do próprio Estado pedem de R$ 2.250 a R$ 2.300 por tonelada FOB, enquanto vendedores gaúchos ofertam cereal em média a R$ 2.100 por tonelada. Dentro do Estado, é preciso contar ainda mais R$ 100 por tonelada de frete. Para cereal de fora do Estado, além do frete, ainda tem a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dentro do mês, o que encarece o trigo. Na Serra Gaúcha, lotes de 2 a 3 mil toneladas têm saído ao longo dos últimos dias. Os negócios são firmados em média por R$ 2.300 por tonelada posta em moinho, com entrega imediata e pagamento em 35 dias. Os produtores que ainda têm trigo disponível aceitam negociar o cereal neste nível de preço. Os valores pagos pelo cereal na Serra Gaúcha aumentaram R$ 50 por tonelada (R$ 3,00 por saca) em uma semana.

A cada semana que passa, a oferta diminui, o que impulsiona as cotações porque entende-se que haverá aperto na oferta para os moinhos. Há poucos vendedores com cereal ainda disponível. Este nível, de R$ 2.300 por tonelada, contudo, não é absorvido por boa parte da indústria moageira, que encontra dificuldade em repassar o aumento do custo ao preço final da farinha. Sobre o abastecimento dos moinhos, a maior parte das indústrias deve ter reservas suficientes até o fim de agosto, sendo necessárias compras até a entrada da safra gaúcha em meados de outubro. A estimativa é de que ainda há 150 mil toneladas de trigo gaúcho da safra passada para comercialização. Os preços devem seguir firmes no Estado até a entrada da safra p aranaense, acompanhando a paridade de importação e o comportamento do dólar.

Em ambos os Estados, o ritmo de vendas antecipadas para indústrias moageiras, envolvendo cereal da nova safra, é lento. No Paraná, para o cereal que chega a partir de setembro, os compradores estariam dispostos a fechar acordos a R$ 2.000 por tonelada FOB, com retirada em outubro, o equivalente entre R$ 2.050 e R$ 2.100 por tonelada CIF moinho. Contudo, não encontram vendedores interessados neste nível de preço. A comercialização futura está em nível pouco expressivo em relação a safras anteriores. No Rio Grande do Sul, lotes da próxima safra são reportados apenas para exportação. As propostas variam de R$ 2.100 a R$ 2.150 por tonelada CIF Porto de Rio Grande, com entrega em novembro e dezembro e pagamento em 10 de janeiro. Os moinhos costumam entrar na compra antecipada quando exportação travar boa parte dos volumes e tende a direcionar seu preço com base na cotação do porto Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.