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13/Jun/2022

Preços do trigo firmes com comercialização lenta

A negociação de trigo no mercado interno avança pouco, à medida que a oferta do cereal fica mais apertada e que a demanda dos moinhos continua pontual. No spot, acordos pouco volumosos ocorrem nas principais regiões produtoras apenas da mão para boca. Os preços firmes do cereal contribuem para a retração do mercado, afastando a indústria moageira das compras e levando produtores a segurar o grão na expectativa de maiores altas. A lentidão dos negócios também é observada na comercialização antecipada da próxima safra, colhida a partir de meados de agosto. No Paraná, na região dos Campos Gerais, negócios são firmados em R$ 2.200 por tonelada FOB, com retirada imediata e pagamento no fim de julho. Entretanto, a maioria dos produtores pede de R$ 2.300 a R$ 2.400 por tonelada FOB, o que limita o fechamento de novos negócios. Os produtores não cedem no preço e moinhos não conseguem repassar custo no patamar de R$ 2.300 por tonelada ao preço da farinha.

Os valores pagos pelo cereal se mantêm ante há uma semana, sustentados pela valorização do dólar ante o Real. Em virtude da alta do dólar e das notícias do trigo gaúcho subindo, o vendedor segura as ofertas e moinho trava as compras. A divisa norte-americana encerrou a semana a R$ 4,9886 – o maior valor de fechamento desde 18 maio e alta diária de 1,49%. Na semana, a moeda avançou 4,39%. Foi a maior alta semanal desde a semana encerrada em 26 de março de 2021. Em relação à safra nova, que está sendo plantada na região, a venda dos volumes está muito cadenciada pelos produtores. Neste ano, nem 5% da safra foi comercializada, ante 20% a 30% em relação a igual período da última temporada. Os custos estão mais altos e produtores mais comedidos. Os moinhos propõem R$ 1.900 por tonelada para trigo úmido (sem secagem) com entrega em novembro e pagamento em dezembro e R$ 2.000 por tonelada com entrega em outubro e pagamento em novembro, ambos para produto posto em Ponta Grossa.

No Rio Grande do Sul, lotes pequenos giram a R$ 2.250 por tonelada FOB, com retirada imediata. Neste momento, os moinhos compram apenas para reposição de estoques. Os acordos foram firmados por indústrias do próprio Rio Grande do Sul, do Paraná, de Goiás e das regiões Norte e Nordeste. Os valores pagos pelo cereal subiram R$ 50 por tonelada em uma semana, acompanhando o câmbio e a baixa disponibilidade de cereal remanescente da safra passada. Desde janeiro, os preços subiram 40%. Então, os produtores estão muito bem capitalizados. Assim, vendem somente quando precisam cobrir alguma despesa. Já as negociações envolvendo trigo gaúcho da nova safra, que está sendo plantada, estagnaram na última semana. A chuva vem atrapalhando o progresso da implantação das lavouras em algumas regiões, o que afasta os agentes do mercado.

Tanto produtor quanto comprador querem esperar a evolução do plantio e uma melhor definição da situação do câmbio para se posicionar na comercialização futura. Além do plantio incipiente no Estado, os compradores internacionais – potenciais consumidores do trigo gaúcho para exportação – optam neste momento por olhar o trigo disponível que está sendo colhido no Hemisfério Norte. Há também disparidade entre os valores pedidos e ofertados. As indicações de compra variam de R$ 2.000 a R$ 2.020 por tonelada CIF Porto de Rio Grande, com entrega em novembro, enquanto vendedores pedem esse patamar de preço para cargas a serem retiradas na fazenda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.