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13/Jun/2022

M. DIAS BRANCO adquire a JASMINE ALIMENTOS

A M. Dias Branco, líder no mercado nacional de massas e biscoitos, anunciou a aquisição da companhia de alimentos saudáveis Jasmine Alimentos, em fato relevante divulgado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Jasmine pertencia à multinacional francesa Nutrition et Santé. O valor da transação não foi divulgado pelas empresas. O negócio integra a estratégia da M. Dias de ampliar a atuação em healthy foods e de expandir o portfólio para produtos de maior valor agregado. A aquisição da Jasmine torna a M. Dias o principal player de saudabilidade do mercado brasileiro. É uma marca grande, pronta e em linha com o plano estratégico da companhia de entrar em novas categorias, aliada com as tendências de consumo do futuro e em busca de melhores margens. Com a aquisição da Jasmine, líder em cookies integrais, granolas e pães sem glúten, a M. Dias Branco alcança a liderança em categorias saudáveis, meta que era perseguida pela empresa para ser batida até 2030.

É um passo importante na frente de conexão com o consumidor. O portfólio da Jasmine totaliza 140 itens, de cookies integrais, granolas, pães sem glúten, cereais, a diversos alimentos orgânicos, sem lactose, sem açúcar e sem glúten, e soma-se aos mais de 1,1 mil itens da carteira da M. Dias. O portfólio da marca é complementar ao que a M. Dias já possui hoje em alimentos saudáveis, por meio das marcas Fit Food e Adria Plus Life. Uma área complementar é de alimentos veganos, já que 95% da produção da Jasmine é vegana. A exceção são cinco linhas de cookies, granolas e rosquinhas que utilizam mel. Outro ponto importante são os alimentos orgânicos. A M. Dias Branco tem 90% da matéria-prima de origem orgânica em suas linhas. Dessa forma, também poderá estampar o selo de orgânico nos produtos. Hoje, a Jasmine atende especialmente os mercados da Região Sul e São Paulo, que respondem por cerca de 50% da sua receita, com 26 mil pontos de venda.

Agora, a ideia da M. Dias é usar a sua capilaridade no País para expandir a atuação da marca. A M. Dias possui 28 centros de distribuição e mais de 100 mil pontos de venda. Por isso, faz sentido integrar a Jasmine à malha atual com sinergias de custos e dar escalabilidade à marca. Não há pretensão de comercializar a marca em todos seus 100 mil pontos de venda, mas a ideia inicial é pelo menos dobrar a presença da Jasmine para 50 mil pontos de venda. A M. Dias já tem a experiência com a Latinex (adquirida no fim de setembro do ano passado) que em sete meses foi dobrado o faturamento e ampliado de 3 mil para 9 mil pontos de venda. Há potencial para escalar o negócio. Também está nos planos da M. Dias Branco aumentar o uso da fábrica de 15 mil m² da Jasmine, localizada em Campina Grande do Sul (PR). Atualmente, a planta opera em apenas 30% da capacidade total instalada no local, com reserva de 70%.

A integração passa primeiro pelo aspecto comercial, com foco no aumento de vendas dos produtos, seguido pela preparação dos centros de distribuição para operação dos novos itens e compatibilização de valores e culturas da marca. Em média, deve levar de dois a três meses, após aprovação do negócio, para integração à operação. A partir do terceiro ou quarto trimestres deste ano, será capturada parte dos negócios. No aspecto rentabilidade, a margem bruta dos produtos Jasmine, em média de 45%, está 10% acima da margem bruta média da M. Dias, de 35%. Em alguns casos de produtos, essa diferença de margem vai para 18%. Há tempo a empresa busca crescer com rentabilidade e valor agregado. A aquisição da Jasmine leva a este caminho de portfólio de maior valor agregado e melhores margens. A margem bruta de rentabilidade dos produtos Jasmine pode ser maior à medida que a marca crescer. São, em média, 10% de diferença com a Jasmine trabalhando com capacidade de 30%.

Usando a reserva de 70% da capacidade instalada, essa margem pode subir. Os produtos têm preços médios e margens atrativas. A expectativa da Jasmine é obter aproximadamente R$ 200 milhões em faturamento neste ano. Essa previsão de faturamento é para a companhia como está hoje, sem as alavancas de crescimento da M. Dias. Em 2023, esse valor deve se tornar muito mais que R$ 200 milhões com a escala da M. Dias, visto que em sete meses foi possível dobrar o faturamento da Latinex. Parte desse montante estimado para 2022 deve ser capturada pela M. Dias após a integração dos negócios. A operação está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A expectativa da fabricante é submeter e obter o aval para o negócio em cerca de 45 a 90 dias para iniciar a integração da empresa à companhia em meados do terceiro e quarto trimestre deste ano. Os negócios da Jasmine passarão a ser consolidados aos resultados da M. Dias Branco somente após o fechamento da operação, com a aprovação do Cade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.