ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

18/Mai/2022

Restrição da Índia agrava quadro de oferta apertada

A falta de oferta de trigo da Índia, com a suspensão das exportações anunciada pelo país, provavelmente apertará ainda mais o mercado do cereal. A Índia deveria compensar pelo menos parte do déficit nas exportações de trigo da Ucrânia, devido à guerra. A Índia exportou um recorde de 1,4 milhão de toneladas em abril, aproximadamente seis vezes mais do que em igual mês do ano anterior. Essa quantidade agora terá de ser encontrada com outros fornecedores, o que provavelmente diminuirá ainda mais os estoques já baixos nos principais países exportadores. São as exportações não regulamentadas que preocupam o governo indiano.

As exportações amparadas por cartas de crédito já emitidas e as entregas a países que as solicitem para atender às suas necessidades de segurança alimentar estão isentas da proibição de exportação. A condição persistentemente ruim das colheitas de trigo de inverno nos Estados Unidos também é motivo de preocupação pelo mercado do grão. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 27% da safra de trigo de inverno do país apresentava condição boa ou excelente até o dia 15 de maio, uma piora de 2% ante a semana anterior. Em igual período de 2021, essa parcela era de 48%. A proibição da Índia às exportações de trigo provavelmente estimulará novos aumentos de preços nos mercados de alimentos, o que poderá aumentar a pressão sobre importadores da África.

Países que já enfrentaram grandes riscos políticos, em regiões como o norte da África, estão particularmente ameaçados, assim como outros grandes importadores como Nigéria, África do Sul, Quênia, Moçambique e Angola. Pressões econômicas mais amplas provavelmente levarão a um maior descontentamento no continente cuja conta anual de importação de alimentos mais do que triplicou nas últimas duas décadas, para US$ 35 bilhões. A maioria dos governos manteve subsídios de energia e/ou alimentos para proteger as famílias da escalada dos preços após a invasão da Ucrânia pela Rússia, e muitas vezes os aumentaram nos últimos meses. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.