ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

27/Abr/2022

Guerra abre mercado nos países do Mediterrâneo

O prolongamento da guerra entre Rússia e Ucrânia está abrindo mercado para países que não são tradicionalmente exportadores de trigo, como Brasil e Índia, a fornecer o cereal para o Mediterrâneo. Regiões como Argentina, União Europeia e Estados Unidos, e até mesmo Índia e Brasil, que normalmente não são exportadores do grão, tendem a ser os maiores beneficiados, fornecendo o cereal para os países do Mediterrâneo. Grandes importadores, como Egito, Turquia, China, Argélia, Irã, Marrocos e Arábia Saudita estão se desdobrando para garantir o cereal, especialmente os mais dependentes das exportações da região do Mar Negro.

Isso ocorre porque os tradicionais fornecedores de trigo para a região, Ucrânia e Rússia, estão com dificuldades de escoar o grão com redução no fluxo de exportações do cereal de ambos os países, em virtude das consequências do conflito. Juntas, Rússia e Ucrânia perfazem um terço das exportações globais de trigo. Como Rússia e Ucrânia já haviam exportado a maior parte das suas colheitas de 2021/2022 quando a guerra começou deixando pouco trigo dessa região para ser disputado, os importadores se viram forçados a buscar outros fornecedores. Dada a incerteza sobre o conflito e a capacidade de exportação desses países, mesmo em um cenário de pós-guerra, os fluxos e redes de fornecedores criadas em março podem se fortalecer nos leilões realizados por esses países no segundo semestre.

Outro desdobramento da guerra sobre o mercado global de trigo é a antecipação dos leilões de importação para março, antes realizados frequentemente no segundo semestre após o fim da colheita do cereal pelos países do Mar Negro. Houve 21 leilões em março. O conflito forçou uma mudança nesse fluxo, com a corrida pelo trigo levando a uma alta histórica no volume de leilões para o mês de março, o que permitiu a alguns países montar reservas estratégicas de maior duração. Sobre os preços internacionais do cereal, o impacto do conflito no Leste Europeu também foi expressivo. No primeiro trimestre deste ano, as cotações do cereal apresentaram volatilidade de 61,91%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.