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26/Abr/2022

Tendência é de preços firmes para o trigo no Brasil

Agentes brasileiros estão atentos ao início da semeadura no País e, especialmente, a sinais de que a área com o cereal na Argentina pode ter pequena redução. O fato de a Argentina, que é o maior fornecedor de trigo ao Brasil, poder ter menor produção somado à continuidade do conflito entre a Rússia e a Ucrânia (importantes players mundiais) vêm deixando os agentes brasileiros em alerta. Nos Estados Unidos, a semeadura da safra de primavera está mais lenta que nos anos anteriores, enquanto as condições do trigo de inverno pioraram. No Brasil, de acordo com informações do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a semeadura na região norte do Paraná ainda está abaixo de 1% da área esperada, do total de 1,22 milhão de hectares neste ano no Estado.

Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, as atividades de cultivo devem ser iniciadas em maio, seguindo o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). Quanto à Argentina, informações da Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicam que a área de trigo pode somar 6,5 milhões de hectares na safra 2022/2023, redução de 200 mil hectares frente à temporada anterior. A menor área destinada ao cereal está relacionada ao aumento dos custos de produção, à melhora na margem da cevada e, também, às políticas internas, que afetam a comercialização. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a semeadura do trigo de primavera no país havia atingido 8% da área até o dia 17 de abril, abaixo do observado no mesmo período da temporada anterior (18%) e abaixo da média dos últimos cinco anos (9%).

Em relação às condições do trigo de inverno, 30% estavam em condições boas/excelentes, 33%, intermediárias, e 37%, ruins/muito ruins, com leve piora em comparação à semana anterior. Nos últimos sete dias, as cotações internas do trigo registram pequenas oscilações. As altas são influenciadas pela valorização do dólar e por preocupação com a oferta mundial, ao passo que as baixas são causadas por recuos externos. No mercado de balcão (preço pago ao produtor) seguem estáveis no Rio Grande do Sul, mas registram recuo de 0,35% no Paraná e alta de 0,35% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações apresentam avanço de 0,57% no Paraná e 0,51% no Rio Grande do Sul, mas recuo de 0,42% em Santa Catarina e 0,22% em São Paulo. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de abril, foram exportadas 144,15 mil toneladas de trigo em grão, acima de toda a quantidade embarcada em abril do ano passado (21,2 toneladas).

As importações de trigo somam 230,04 mil toneladas na parcial deste mês, contra 467,91 mil toneladas em abril de 2021, redução de 51%. Os preços de importação registram média de US$ 307,10 por tonelada FOB origem, 14,1% acima dos verificados no mesmo período de 2021 (US$ 269,20 por tonelada). Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram alta expressiva de 7,5% nos últimos sete dias, a US$ 444,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Maio/2022 do Soft Red Winter tem desvalorização de 2,8% nos últimos sete dias, cotado a US$ 10,65 por bushel (US$ 391,50 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o vencimento Maio/2022 do trigo Hard Winter apresenta baixa de 1,0% no mesmo período, a US$ 11,42 por bushel (US$ 419,89 por tonelada).

A baixa foi influenciada pela estimativa de maior produção na Rússia na safra 2022/2023 e por informações de que o país segue exportando o cereal, mesmo com as sanções Ocidentais. De acordo com o USDA, até o dia 14 de abril, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2021/2022) somavam 18,07 milhões de toneladas, 18,5% inferior ao volume escoado no mesmo período do ano passado (22,07 milhões de toneladas). Na semana do dia 14 de abril, especificamente, foram exportadas 432,25 mil toneladas, quantidade 3,1% superior à da semana anterior (419,18 mil toneladas), mas 31,2% abaixo da registrada em período equivalente de 2021 (de 629,06 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Taiwan (57,07 mil toneladas), El Salvador (49,62 mil toneladas) e Camarões (49,05 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.