25/Abr/2022

A comercialização de trigo no mercado interno evoluiu pouco na última semana. Os vendedores se retraíram dos negócios, parte deles focada nos embarques de soja da safra 2021/2022. Apenas lotes pontuais rodaram nas principais praças produtoras. Os moinhos também estão menos ativos em meio aos preços elevados do cereal. O feriado de Tiradentes (21/04) enfraqueceu ainda mais o ritmo de liquidez, com agentes prolongando o feriado até o início desta semana.

No Paraná, na região dos Campos Gerais, as negociações alcançam lotes de no máximo 2 mil toneladas. Os contratos estão sendo firmados em média a R$ 2.000,00 por tonelada FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias, estável nos últimos sete dias. Os produtores estão terminando de colher a soja e liberando trigo aos poucos. Do lado da demanda, os moinhos alegam que estão estocados e, por isso, não elevam a oferta para atrair maior volume de cereal. A comercialização da safra nova, que começou a ser semeada no norte do Estado, está ainda é lenta. Não há reporte de negócios futuros. Os moinhos indicam R$ 1.780,00 por tonelada FOB, para entrega em setembro, mas neste patamar de preços não encontram oferta disponível.

No Rio Grande do Sul, as vendas e embarques estão mais concentrados na soja. Os vendedores diminuíram a intenção de venda porque os embarques de soja têm maior liquidez. Além disso, os compradores vinham com estoques fortalecidos em virtude da entressafra. Os moinhos indicam R$ 1.800,00 por tonelada FOB, enquanto os produtores indicam em média R$ 2.000,00 por tonelada FOB, para retirada imediata. Os valores indicados pelos compradores registram recuo de cerca de R$ 90,00 por tonelada nos últimos sete dias. A queda deve-se ao fato de os moinhos estarem pouco ativos no mercado, com demanda arrefecida. Até o começo de maio, a demanda deve voltar com mais força, com moinho buscando complemento de oferta. As vendas antecipadas envolvendo trigo da próxima safra patinam no Estado por falta de acordo quanto ao preço entre vendedor e comprador. Os exportadores indicam entre R$ 1.750,00 e R$ 1.780,00 por tonelada CIF porto de Rio Grande, para entrega em novembro e pagamento em dezembro, enquanto os produtores indicam entre R$ 1.780,00 e R$ 1.800,00 por tonelada FOB. Ainda não foram relatados novos negócios.

Tanto no Paraná quanto no Rio Grande do Sul, a indústria moageira está voltada em receber cereal argentino contratado previamente, em meados de outubro a dezembro do ano passado, sem efetivação de novos acordos. No Porto de Paranaguá (PR), o trigo argentino é cotado por cerca de US$ 440,00 por tonelada (R$ 2.050,00 por tonelada) para novos negócios. Estão chegando novos lotes, mas trata-se de embarques de contratos feitos no ano passado. No Rio Grande do Sul, o trigo argentino é ofertado de US$ 440,00 a US$ 445,00 por tonelada CIF Porto de Rio Grande, para pagamento sobre rodas. Considerando dólar a R$ 4,62 e frete de R$ 80,00 por tonelada, chegaria a R$ 2.136,00 por tonelada no polo moageiro de Porto Alegre, acima do preço do trigo local. No Estado, chega apenas cereal comprado antecipadamente no ano passado, que está sendo embarcado no momento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.