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19/Abr/2022

Tendência é de preços firmes no mercado de trigo

As cotações externas do trigo seguem em alta, influenciadas por preocupações com a oferta mundial do cereal, em decorrência do conflito no Leste Europeu e das condições das lavouras dos Estados Unidos. Na Argentina, após alguns dias de apreensão, a greve de caminhoneiros foi encerrada no dia 15 de abril e o fluxo de transações deve ser normalizado nesta semana. No Brasil, os preços seguem firmes no mercado de lotes (negociação entre empresas), mas estão pressionados no mercado de balcão (preço pago ao produtor). Aos poucos, à medida que a colheita da safra de verão (1ª safra 2021/2022) avança e a semeadura do milho 2ª safra de 2022 é finalizada, os produtores vão dando maior atenção ao cultivo da nova temporada de trigo.

As negociações são pontuais, e a disparidade entre as ofertas de compra de venda reduz a liquidez. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), os valores permanecem praticamente estáveis no Paraná e no Rio Grande do Sul, apresentando pequeno recuo de 0,73% em Santa Catarina. Em contrapartida, no mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações seguem avançando, 1,41% em Santa Catarina, 1,33% no Paraná, 0,93% no Rio Grande do Sul e 0,68% em São Paulo. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana deste mês, foram exportadas 39,86 mil toneladas de trigo em grão, acima de toda a quantidade embarcada em abril do ano passado (21,2 toneladas).

As importações de trigo somam 163,88 mil toneladas na parcial deste mês, contra 467,91 mil toneladas em abril de 2021, redução de 65%. Os preços de importação registram média de US$ 296,50 por tonelada FOB origem, 10,2% acima dos verificados no mesmo período de 2021 (US$ 269,20 por tonelada). Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram alta de 3%, a US$ 413,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Maio/2022 do Soft Red Winter apresenta valorização de 4,3% nos últimos sete dias, a US$ 10,96 por bushel (US$ 402,59 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o vencimento Maio/2022 do trigo Hard Winter acumula alta de 4,3% no mesmo período, a US$ 11,54 por bushel (US$ 424,02 por tonelada).

A alta é influenciada pela demanda do Egito por trigo da União Europeia, por preocupações com a oferta do Leste Europeu e por possibilidade de problemas na safra dos Estados Unidos. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 7 de abril, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2021/2022) somavam 17,63 milhões de toneladas, 17,8% inferior ao volume escoado no mesmo período do ano passado (21,45 milhões de toneladas). Na semana do dia 7 de abril, especificamente, foram exportadas 411,0 mil toneladas, quantidade 29,1% superior à da semana anterior (318,3 mil toneladas) e 10,9% menor da registrada em período equivalente de 2021 (de 461,37 mil toneladas).

Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Filipinas (65,33 mil toneladas), Japão (59,73 mil toneladas) e El Salvador (53,45 mil toneladas). Nos Estados Unidos, o USDA indicou que a semeadura do trigo de primavera havia atingido 6% da área até o dia 10 de abril, abaixo do observado no mesmo período da temporada anterior (10%), mas acima da média dos últimos cinco anos (5%). Em relação às condições do trigo de inverno, 32% estavam em condições boas/excelentes, 32%, intermediárias e 36%, ruins/muito ruins. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.