18/Abr/2022
A comercialização interna de trigo cresceu no Rio Grande do Sul e os preços subiram de R$ 50 a R$ 70 por tonelada. Já no Paraná, a liquidez foi baixa com moinhos abastecidos e cotações sustentadas. Os preços domésticos devem seguir a paridade de importação até a chegada da colheita. No Rio Grande do Sul, a maior movimentação puxou o valor pago pelo cereal, que subiu R$ 100 por tonelada. A indicação de compra dos moinhos passou de, no máximo, R$ 1.780 a R$ 1.800 por tonelada para R$ 1.850 por tonelada FOB no interior com retirada e pagamento em abril. O preço havia recuado no Estado e voltou a subir com grande intensidade em virtude da alta dos preços do cereal argentino. O preço pedido pelo produtor também aumentou, para R$ 1.900 por tonelada FOB. Em contrapartida no Paraná, os preços vêm estáveis há cerca de dois meses, sustentados no patamar de R$ 2.000 por tonelada.
A diferença entre a condição pedida e a ofertada está no frete, uma vez que produtor indica R$ 2.000 por tonelada para ser retirada na fazenda, enquanto moinho propõe o mesmo valor a ser entregue na indústria. O mercado está parado no Estado porque os moinhos estão bem abastecidos pelo menos até o fim de maio. Metade da moagem está nas mãos das cooperativas que possuem cereal próprio. De maio a agosto deve faltar trigo para moinho e o preço tende a subir. Por enquanto, o comprador está fora do mercado, aguardando compra de oportunidade, e para não impulsionar ainda mais os preços. Com a greve dos trabalhadores logísticos da Argentina e dos fiscais aduaneiros no Paraguai, não houve embarques de cereal importado para o Brasil nas últimas semanas. A perspectiva é de atraso nas remessas destinadas ao País. O preço do trigo argentino, contudo, subiu US$ 45 por tonelada na última semana, passando de US$ 385 para US$ 430 por tonelada refletindo o acirramento da crise entre Rússia e Ucrânia.
A comercialização antecipada da safra 2022, que está sendo plantada nos principais Estados produtores, caminha a passos lentos. No Paraná, nos Campos Gerais, os negócios ainda estão lentos. Os custos estão elevados, o que retrai a venda. Na região, os moinhos oferecem de R$ 1.500 a R$ 1.600 por tonelada, enquanto o produtor pede de R$ 1.900 a R$ 2.000 por tonelada, ambos com entrega em outubro e pagamento em novembro. No Rio Grande do Sul, a disparidade entre o preço ofertado e pedido também limita a fixação antecipada de lotes da próxima safra para exportação. O comprador indica R$ 1.750 por tonelada CIF Porto de Rio Grande com entrega em dezembro - patamar considerado baixo pelos produtores. O Estado já possui 60 mil toneladas da safra nova contratadas para a exportação. Espera-se que exportação esteja aquecida na temporada com Rússia e Ucrânia fora do mercado e demanda firme dos compradores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.