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07/Abr/2022

PR projeta um forte aumento na produção de trigo

O Sindicato da Indústria do Trigo do Paraná (Sinditrigo/PR) prevê um aumento de 10% a 20% na oferta do cereal na safra do Estado deste ano. O aumento deve vir de maior produtividade das lavouras, na mesma proporção esperada, e do provável incremento na área plantada com a cultura. Há perspectiva de aumento de área, de bom plantio e boa colheita. Os preços elevados do trigo no mercado nacional e internacional incentivam o aumento de área, além da liquidez e boa conjuntura de demanda. Ainda assim, é prematuro mensurar o incremento de área porque a janela de plantio está começando. No ciclo anterior, o Estado colheu 3,21 milhões de toneladas de trigo em área semeada de 1,171 milhão de hectares, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado (Seab).

Caso confirmado o maior volume, o Paraná tende a recuperar o posto de maior produtor nacional, lugar ocupado pelo Rio Grande do Sul na última safra. Até a entrada da próxima safra, em meados de setembro, contudo, a perspectiva da indústria moageira é de que os preços do cereal continuem sustentados ao redor do patamar atual. Atualmente, o cereal é negociado no Estado entre R$ 2.000,00 e R$ 2.200,00 por tonelada. O custo de produção da cultura subiu muito, puxado por fertilizantes e diesel, o que corrobora a expectativa de que os preços se sustentem no médio e longo prazo. Esse cenário gera incerteza e preocupação aos moinhos do Estado.

O impacto no custo da indústria é alto. Há uma defasagem de cerca de 20% entre os preços pagos pelo cereal para moagem e os preços praticados da farinha. Os repasses ao preço final da farinha iniciaram em fevereiro e devem seguir ocorrendo nos próximos meses. O reajuste é gradual para aliviar o impacto ao consumidor que enfrenta poder de compra reduzido. A pressão inflacionária do trigo se estende desde o início da pandemia. No último mês, o aumento de preços foi acelerado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, que impulsionou as cotações internacionais e, consequentemente, as nacionais do cereal pelo fato de ambos os países serem importantes produtores e exportadores mundiais de trigo.

No Paraná, o trigo local subiu 30% desde o início do conflito e 104% desde o início da pandemia em março de 2020, quando era cotado, respectivamente, em média, a R$ 1.700,00 e a R$ 980,00 por tonelada. Outra preocupação é com o abastecimento de trigo para os moinhos, especialmente de cereal importado. Isso porque, com a possibilidade de interrupção de fornecimento de trigo russo e ucraniano, outros países estão demandando maior volume de cereal da Argentina, principal origem do cereal para os moinhos brasileiros. Anualmente, o Paraná importa em média 400 mil toneladas de trigo.

No momento, a maior preocupação são os preços muito elevados, mas o risco de fornecimento existe porque a Argentina está exportando muito para outros países. A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) prevê que de 1,5 milhão a 2 milhões de toneladas de trigo deixariam de ser buscadas pelos moinhos brasileiros na Argentina, em virtude do redirecionamento de oferta. Até o momento, porém, o cenário é de abastecimento dentro do ideal para a entressafra, com moinhos estocados para cerca de dois a três meses de moagem, e de fluxo normalizado nos embarques argentinos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.