28/Mar/2022

A negociação de trigo transcorre de forma pontual, para atender às necessidades mais urgentes de alguns moinhos, enquanto outros se mostravam abastecidos após os acordos das últimas semanas. Os produtores estão movimentando soja e milho e preferem aguardar, alimentando a expectativa de preços ainda mais altos em caso de continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia. O dólar fechou a sexta-feira (25/03) cotado a R$ 4,7473, acumulando baixa semanal de 5,3% e de 13,1% em 2022. No Paraná, na região dos Campos Gerais, a movimentação ocorre da mão para a boca. Ao longo da última semana, rodaram negócios por R$ 1.900 a tonelada para entrega imediata e pagamento curto e por R$ 2.000 a tonelada para entrega em abril e pagamento no começo de maio CIF em Ponta Grossa. Com a queda do dólar, os compradores tentam reduzir o ritmo das aquisições, mas seguem atuantes no mercado.

A oferta agora é limitada. Os vendedores estão colhendo e expedindo milho e soja e têm dificuldade de movimentar trigo neste momento. A maioria dos moinhos está abastecida, porque conseguiu esticar seus estoques em virtude do consumo menor de farinha em fevereiro e março. A dificuldade de repasse também tem sido mencionada como um entrave na negociação. No Rio Grande do Sul, os moinhos oferecem R$ 1.700 a tonelada para entrega imediata no entorno de Passo Fundo, com pagamento em 30 dias, ante R$ 1.900 a tonelada na semana anterior e R$ 2.000 a tonelada na semana retrasada. Os produtores, contudo, pedem R$ 115 a R$ 120 por saca de 60 Kg. Apesar do preço elevado do trigo, os produtores que tiveram prejuízo muito acentuado com soja e milho devido à seca podem ter recursos apenas para cobertura de solo ou nem isso.

Na Bolsa de Chicago, os futuros de trigo fecharam em alta na sexta-feira (25/03), após terem recuado nas três sessões anteriores e acumulado perda de 3% no período. O desempenho do mercado refletiu preocupações com a guerra na Ucrânia e a perspectiva de aperto na oferta global. O clima favorável no sul das Grandes Planícies dos Estados Unidos, porém, limitou os ganhos. A região é responsável por boa parte da safra de trigo de inverno do país. O volume de chuvas na região na última semana foi o maior em um bom tempo e aliviou consideravelmente a estiagem. O vencimento maio do trigo na CBOT avançou 16,50 cents (1,52%), para US$ 11,02 por bushel. Na semana, acumulou alta de 3,6%. Em Kansas City, o mesmo vencimento do trigo duro vermelho de inverno subiu 15,75 cents (1,44%) e fechou em US$ 11,10 por bushel. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.