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22/Mar/2022

Tendência de alta com maior custo para importação

Apesar da continuidade das preocupações relacionadas ao fornecimento mundial de trigo, diante da continuidade da guerra no Leste Europeu, os valores internacionais do cereal estão recuando. No Brasil, as cotações seguem em alta, mas em menor intensidade do que na semana anterior. No caso dos derivados, agentes nacionais já tentam repassar as recentes valorizações da matéria-prima ao farelo e às farinhas. Nos Estados Unidos, o contrato Maio/2022 do Soft Red Winter registra desvalorização de 3,9% nos últimos sete dias, a US$ 10,63 por bushel (US$ 390,86 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o vencimento Maio/2022 do trigo Hard Winter apresenta recuo de 1,7% no mesmo período, a US$ 10,70 por bushel (US$ 393,34 por tonelada). Os preços no mercado internacional seguem voláteis e acabaram em queda na última semana, mesmo após a Rússia negar um avanço nas negociações de paz com a Ucrânia.

Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires têm baixa de 4,3% nos últimos sete dias, a US$ 401,00 por tonelada. No Brasil, as negociações ocorrem apenas quando agentes têm maior necessidade, tendo em vista os elevados preços internos. Nos últimos sete dias, os preços no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram alta de 3,48% em Santa Catarina, 1% no Rio Grande do Sul e 0,27% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações acumulam valorização de 3,73% no Paraná, 3,22% em Santa Catarina e 3,20% em São Paulo. No Rio Grande do Sul, há leve queda de 0,19%. Quanto aos preços de importação de trigo da Argentina, principal fornecedora de cereal ao Brasil, operam na casa dos R$ 2.000,00 por tonelada, um dos maiores patamares nominais da história. Diante disso, comprar o trigo da Argentina já sai mais caro do que adquirir o produto no Brasil, contexto atípico. Esse cenário é resultado das intensas altas registradas nos valores externos do trigo entre o encerramento de fevereiro e o início de março, devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 7 a 11 de março, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 422,33 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,02, o cereal importado era negociado a R$ 2.123,51 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.826,22 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 396,64 por tonelada, o equivalente a R$ 1.994,36 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.803,57 por tonelada na média do Estado. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana deste mês, o Brasil exportou 496,25 mil toneladas de trigo. Esse volume é extremamente superior ao de toda a quantidade embarcada em março do ano passado (45,37 mil toneladas). As importações de trigo, na parcial deste mês, somam 152,77 mil toneladas, contra 611,44 mil toneladas em março de 2021, redução de 75%.

Os preços de importação registram média de US$ 295,80 por tonelada FOB origem, 13,6% acima dos verificados no mesmo período de 2021 (US$ 260,30 por tonelada). De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 10 de março, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2021/2022) somavam 16,19 milhões de toneladas, 16,5% inferior ao volume escoado no mesmo período do ano passado (19,38 milhões de toneladas). Na semana do dia 10 de março, especificamente, foram exportadas 282,34 mil toneladas, quantidade 30% menor que na semana anterior (403,18 mil toneladas) e 60,5% abaixo da registrada em período equivalente de 2021 (de 715,05 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram México (64,96 mil toneladas), Mianmar (57,89 mil toneladas) e Filipinas (35,18 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.