22/Mar/2022

A decisão da Argentina de aumentar a cota de exportação de trigo na temporada 2022/2023 em 8 milhões a 10 milhões de toneladas pode aliviar um pouco a situação de oferta global do cereal. Embora a medida não seja capaz de reduzir o aperto na oferta de curto prazo, a comercialização da safra 2022/2023 deve iniciar muito mais cedo. O governo argentino atribui a decisão ao forte aumento dos preços internacionais em decorrência da guerra na Ucrânia.

Os atuais preços altos podem estimular a demanda por trigo mais barato na safra seguinte. A previsão argentina é de que o plantio da safra de trigo 2022/2023 comece em maio. Porém, o cenário climático pode ser uma ameaça à nova medida. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires está alertando para um terceiro fenômeno climático La Niña consecutivo, o que significaria menos chuvas para as principais regiões de cultivo e poderia piorar as perspectivas para a safra 2022/2023. O descompasso global entre oferta e demanda de trigo se ampliou com a guerra no Leste Europeu, que paralisou as exportações da Ucrânia e da Rússia e tem destruído rotas de transporte e portos necessários para a distribuição do cereal.

Isso significa que provavelmente levará muito tempo para que as exportações de trigo da Ucrânia se normalizem novamente quando a guerra terminar. Nas últimas semanas, uma esperança para o alívio da oferta havia surgido com a expectativa de clima favorável nas regiões de produção de trigo dos Estados Unidos. A chuva nas áreas de cultivo do cereal, porém, ainda não se cumpriu. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.