07/Mar/2022

As vendas de trigo no mercado interno estão em ritmo lento com a perspectiva de desabastecimento global causada pela guerra entre Rússia e Ucrânia. As cotações domésticas registraram altas expressivas durante a semana passada, o que afasta compradores. No mercado externo, o cenário foi parecido. Na Argentina, não há indicação de preços. Teoricamente, estaria no mínimo entre US$ 485,00 e US$ 490,00 por tonelada FOB em razão das altas na Bolsa de Chicago, mas os vendedores e os compradores estão fora de mercado.

Os vendedores indicam R$ 2.000,00 por tonelada FOB no Porto de Rio Grande (RS). Dias antes, a indicação era de R$ 1.800,00 por tonelada. No Rio Grande do Sul, foram negociadas 100 mil toneladas de trigo para exportação durante a semana passada a preços altos, o que fez o mercado interno no Estado subir. Na região de Vacaria, há registro de negócios a R$ 1.800,00 por tonelada FOB. Na semana anterior, o preço FOB oscilava entre R$ 1.670,00 e R$ 1.700,00 por tonelada. No Paraná, não há vendedor que indique menos de R$ 2.000,00 por tonelada FOB.

Na Bolsa de Chicago, o contrato maio do trigo, o mais líquido, avançou 40,62% na semana passada, a US$ 12,09 por bushel, em razão das menores exportações esperadas por Rússia e Ucrânia. Não sai trigo da Ucrânia e ninguém vai comprar trigo da Rússia porque não dá para pagar por causa das sanções. Então, 24,5 milhões de toneladas da Ucrânia e 34,5 milhões de toneladas da Rússia estão fora do mercado.

A Austrália e a Argentina aumentaram um pouco a produção, mas não é suficiente para cobrir o déficit de Rússia e Ucrânia somados. O trigo de inverno dos Estados Unidos vem apresentando problemas de qualidade, o que contribuiu para a alta. O cenário favorece a expansão da área plantada de trigo no Brasil. Os custos de produção estão subindo, mas o preço está avançando muito mais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.