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02/Mar/2022

Tendência altista para os preços do trigo no Brasil

O mercado doméstico de trigo está praticamente parado em meio às incertezas quanto à oferta global do cereal em decorrência do conflito entre Rússia e Ucrânia – grandes players mundiais. A comercialização interna que já vinha patinando pontual na última semana nas principais praças produtoras. O receio com o cenário do setor levou à retração dos agentes da mesa de negócios. O mercado ficou ainda mais travado com a guerra. Os países do Leste Europeu estão entre os maiores players mundiais de trigo. A Rússia é líder mundial na exportação de trigo, enquanto a Ucrânia é a quarta maior exportadora global do cereal. Juntas, elas respondem por um terço do abastecimento global de trigo.

A indústria moageira brasileira teme encarecimento no cereal, tanto importado quanto nacional, em virtude da maior paridade de importação do trigo refletindo o aumento dos preços internacionais. Na última semana, os contratos futuros do cereal negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) avançaram 6,9%. No Paraná, na região dos Campos Gerais, o trigo importado está cotado a R$ 1.780 por tonelada colocada em moinho, mas há poucas ofertas. Com dólar em queda e Chicago cedendo parte dos ganhos recentes, participantes consideravam difícil tomar uma decisão diante da possibilidade de restrição na oferta global em virtude do conflito. Os moinhos estão bem comprados, mas os dois países são grandes exportadores de trigo.

Para o trigo paranaense, há chance de negócios por R$ 1.700 por tonelada posta em moinho da região para entrega no fim de março e pagamento no início de abril. Os vendedores, por outro lado, pedem R$ 1.750 por tonelada FOB para lotes remanescentes. A liquidez, contudo, é baixa há duas semanas na região. Além do conflito, com colheita de soja na região produtor não quer mexer com trigo. Os negócios devem voltar a andar a partir deste mês de março. No Rio Grande do Sul, as pedidas dos vendedores aumentaram entre R$ 150 e R$ 200 por tonelada ao longo da última semana em relação à anterior para acima de R$ 1.700 por tonelada FOB. Parte da alta é reflexo das especulações de mercado sobre o abastecimento mundial com a guerra entre Rússia e Ucrânia.

O comprador não consegue pagar mais porque não tem onde armazenar mais cereal. Estão abastecidos para sua capacidade de moagem e para consumo típico até meados de março. A comercialização segue pontual e bem travada. O maior aumento das cotações do cereal foi observado no mercado externo com reportes de vendas de cereal argentino a US$ 350 por tonelada ante ausência de vendas na semana anterior. Há percepção de que os preços podem subir no mercado interno, mas qual será a dinâmica de alta e de quando irá refletir no mercado ainda é incerta. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.