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22/Fev/2022

Preços do trigo firmes e com exportações aquecidas

Com produtores focados na colheita da safra verão (1ª safra 2021/2022) e agentes de moinhos se mostrando abastecidos, pelo menos até março, as negociações envolvendo trigo ocorrem apenas de forma pontual no spot brasileiro. As vendas externas do cereal, por sua vez, estão aquecidas, atingindo volumes elevados para o mês. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana deste mês, foram exportadas 221,59 mil toneladas. Esse volume já está 82,6% superior ao de toda a quantidade embarcada em fevereiro do ano passado (121,33 mil toneladas). As importações de trigo, na parcial deste mês, somam 214,04 mil toneladas, contra 449,90 mil toneladas em fevereiro de 2021, redução de 52,4%. Os preços de importação registram média de US$ 280,70 por tonelada FOB origem, 12,8% acima dos verificados no mesmo período de 2021 (US$ 248,80 por tonelada).

Destaca-se que o mercado segue atento ao possível conflito na região do Mar Negro, entre Rússia e Ucrânia, dois países relevantes na produção e na exportação de trigo. No mercado interno, as cotações do trigo vêm registrando movimentos distintos dentre as regiões. O movimento de alta é influenciado pelas tensões entre a Rússia e a Ucrânia e pelas consequentes elevações no mercado internacional. Por outro lado, as baixas são resultado da desvalorização do dólar frente ao Real, que tende a favorecer a importação do trigo argentino. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor) as cotações registram avanço de 0,55% no Paraná e de 0,39% no Rio Grande do Sul, mas queda de 0,43% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações subiram 0,63% em Santa Catarina e 0,21% no Paraná, mas recuaram 1,02% no Rio Grande do Sul e 0,21% em São Paulo.

A paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 313,12 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,24, o cereal importado era negociado a R$ 1.643,29 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média maior, de R$ 1.709,04 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 293,56 por tonelada, o equivalente a R$ 1.540,61 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.613,64 por tonelada na média do Estado. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires permanecem estáveis nos últimos sete dias, a US$ 313,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Março/2022 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra queda de 0,1% nos últimos sete dias, a US$ 7,97 por bushel (US$ 292,85 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra avanço de 1,3%, a US$ 8,35 por bushel (US$ 306,90 por tonelada). As cotações seguem impulsionadas pelas tensões de um possível conflito entre Rússia e Ucrânia, o que dificultaria a exportação do cereal da região. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 10 de fevereiro, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2021/2022) somavam 14,48 milhões de toneladas, 17,1% inferior ao volume escoado no mesmo período do ano passado. Na semana do dia 10 de fevereiro, especificamente, foram exportadas 435,18 mil toneladas, quantidade 0,3% maior que na semana anterior (433,92 mil toneladas) e 2,4% acima da registrada em período equivalente de 2021 (de 425,04 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Taiwan (67,94 mil toneladas), Filipinas (62,93 mil toneladas) e Tailândia (57,74 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.