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31/Jan/2022

Setor industrial espera elevar exportação em 2022

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), a indústria brasileira de biscoitos, massas, pães e bolos industrializados espera faturar 10% mais em exportações neste ano na comparação com o reportado em 2021, de US$ 245,5 milhões. A estimativa representaria uma desaceleração no crescimento, que foi de 25% em 2021 ante 2020. Em volume, as exportações da categoria devem superar em 15% o total vendido ao exterior no ano passado, de 201 mil toneladas. O menor ritmo de crescimento esperado deve-se à expectativa de arrefecimento da pandemia de Covid-19, à regularização dos mercados e à estabilização na alta das vendas. Para este ano, espera-se um equilíbrio maior nas exportações, mas continuará crescendo. De 2019 para 2021, o setor praticamente dobrou o volume exportado, movimento impulsionado pela pandemia.

Para este ano, a expectativa é de um crescimento mais estável. Com o avanço da vacinação contra Covid-19 e o possível arrefecimento da pandemia, o consumo no lar dos industrializados de trigo tende a ficar estável nos principais mercados externos. Por outro lado, as vendas externas para food service, que estavam estagnadas desde o início de 2020, devem apresentar recuperação e compensar a estabilidade das exportações para o varejo. Neste ano, espera-se aumento da alimentação fora do lar e maior retorno ao trabalho presencial, o que pode estimular a recuperação das vendas de biscoitos, massas, misturas para pães e bolos para este segmento (as misturas para pão de queijo devem se beneficiar da retomada das exportações para food service). O dólar valorizado ante o Real também tende a contribuir para os resultados do setor, por manter os derivados de trigo em patamar atrativo aos compradores internacionais.

A estimativa é de que o dólar fique próximo de R$ 5,50, porém com menor flutuação do que o ano passado. O Brasil sempre foi competitivo em relação à qualidade e produto. O Real desvalorizado torna o produto competitivo também em preço. A perspectiva de regularização na crise global do transporte marítimo, esperada a partir do segundo semestre, também pode contribuir com o aumento das exportações da categoria. Neste ano, deve haver mais disponibilidade da logística internacional com certa reordenação do fluxo global de contêineres e expectativa de melhores condições de preços. Outro fator que pode ampliar a presença dos derivados de trigo no mercado internacional é a possibilidade de retomada das feiras de negócios presenciais. O setor demanda o reencontro com compradores internacionais. A expectativa é de que mais eventos voltem a ocorrer e, com isso, melhorem as condições de abertura de novos mercados e de oportunidades para testar novos produtos, novas empresas e novas marcas.

Muitas empresas do setor se favoreceram da janela de oportunidade aberta pelo maior consumo de alimentos dentro do lar na pandemia, conquistando espaços de mercado e clientes. Muitos destes produtos surgiram na pauta de exportação na esteira da tendência de alimentação da pandemia, mas deve haver manutenção de mercados independentemente da pandemia. A América do Sul deve continuar sendo o principal mercado externo para os industrializados de trigo. Em 2021, as vendas para a região responderam por 82% do volume total exportado. A Venezuela, sozinha, contribuiu com 59% do total. A exportação para o mercado venezuelano dobrou em 2021. Neste ano, o crescimento tende a não ser tão abrupto, deve ficar entre 10% a 15%".

A indústria espera o fortalecimento da presença no varejo da região em países, como a Colômbia, Argentina, Paraguai e Uruguai. Além da América do Sul, a indústria de derivados de trigo trabalha na expansão das vendas para mercados como os Estados Unidos, o Canadá e a China. Há empresas que tradicionalmente atuam no mercado norte-americano e novas marcas podem atuar com melhora do ambiente de negócios. Quanto à China, a ampliação das vendas para o país asiático ainda depende da melhora na disponibilidade de contêineres para o transporte marítimo. Mesmo com esse cenário de frete elevado e dificuldade de encontrar contêiner disponível, observa-se aumento de quase 70% nas vendas para a China, com 216 toneladas exportadas em 2021. O objetivo principal do setor é a diversificação dos destinos das exportações, hoje concentradas na América do Sul. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.