27/Jan/2022
As crescentes tensões entre Ucrânia, Ocidente e Rússia fizeram recentemente com que os preços do trigo subissem de forma acentuada e, na terça-feira (25/01), a commodity sofreu mais uma alta expressiva. O vencimento maio na Bolsa de Chicago atingiu US$ 8,20 por bushel, seu nível mais alto desde o fim de dezembro. Os contratos na União Europeia negociados na Euronext registraram 290,00 euros por tonelada, o mesmo valor que era cotado há cerca de um mês. Há uma preocupação de que, se a crise aumentar ainda mais ou se ocorrer um conflito militar, as entregas de trigo da Ucrânia e da Rússia possam ser afetadas negativamente, já que os dois países estão entre os mais importantes exportadores do cereal.
De acordo com a mais recente previsão do Conselho Internacional de Grãos (IGC), a Ucrânia provavelmente exportará 24,5 milhões de toneladas de trigo na safra 2021/2022. Isso seria 7,5 milhões de toneladas a mais do que no ano anterior. O IGC prevê um volume de exportação de 33,4 milhões de toneladas para a Rússia, o que corresponde a uma queda de 5 milhões de toneladas em relação ao ano anterior. De acordo com dados do Ministério da Agricultura da Ucrânia, 16,6 milhões de toneladas foram exportadas pelo país até agora, exatamente o mesmo volume que em todo o ano anterior. Na Rússia, até agora foram exportadas 23 milhões de toneladas de trigo, o que significa uma redução de 21% em relação ao ano anterior.
Embora um grande volume já tenha sido vendido, as restrições à exportação no final da safra também podem gerar consequências, como ocorreu com o aumento de preços no outono após a Rússia anunciar um imposto mais alto e uma cota de exportação. A cota de exportação está agora fixada em 8 milhões de toneladas para os últimos 4,5 meses do atual ano-safra, ou seja, até o fim de junho. Se estiver disponível ainda menos trigo da Rússia e da Ucrânia, por conta do conflito, a demanda mudará para outros fornecedores importantes, como a União Europeia e os Estados Unidos. Assim, os preços do trigo podem continuar a subir. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.