24/Jan/2022
A comercialização de trigo no mercado doméstico segue a passos lentos. Apenas negócios pontuais são reportados nas principais regiões produtoras. A maior parte da indústria moageira está focada no recebimento de contratos firmados anteriormente. Os moinhos compram da mão para boca. Os produtores seguem firmes nas indicações, sem necessidade imediata de se desfazer do cereal. No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, há registro de negócio pontuais a R$ 1.640,00 por tonelada CIF Serra Gaúcha, para entrega imediata e pagamento à vista. Poucos moinhos estão ativos e o mercado continua fraco. No Paraná, na região dos Campos Gerais, a negociação de trigo também avança pouco. Há registro de negócios pontuais a R$ 1.700,00 por tonelada posta em moinho, para entrega imediata e pagamento dentro do mês ou entrega até 15 de fevereiro e pagamento em fevereiro.
Os valores indicados pelos moinhos se mantêm estáveis nos últimos sete dias, mas o mercado está praticamente parado. Os moinhos estão carregando o que compraram na safra. Alguns estão abastecidos até meados de março e abril e outros aproveitam oportunidades para alongar o estoque. Outro fator que dificulta as compras da indústria é a programação logística fechada até fevereiro e a perspectiva de aumento nos preços do frete em meio à colheita dos grãos da safra de verão (1ª safra 2021/2022). A baixa liquidez é motivada também pela retração dos vendedores, que não cedem no preço. Os produtores indicam entre R$ 1.730,00 e R$ 1.750,00 por tonelada FOB. Os moinhos alegam que nesse patamar não conseguem repassar para o preço da farinha. Somente produtores que precisam liberar estoques para entrada de soja e milho safra de verão (1ª safra 2021/2022) firmam novos negócios.
Os vendedores preferem segurar para entressafra. A ideia é que o pico do trigo é a cotação do milho, que tende a continuar na média em R$ 90,00 por saca de 60 Kg. Além do recebimento do cereal local, os moinhos do Paraná estão voltados à chegada do trigo importado, adquirido no fim do ano passado. Novas compras, contudo, estão escassas em virtude da elevada paridade do cereal importado. As cotações do cereal argentino recuaram entre US$ 15,00 e US$ 20,00 por tonelada na semana passada, pressionadas pelo recuo do dólar ante o Real. O cereal vindo da Argentina está cotado a R$ 2.020,00 por tonelada colocada em Ponta Grossa. Nesta condição, os moinhos recorrem ao cereal do Rio Grande do Sul, que chega a R$ 1.730,00 por tonelada CIF moinho. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.