11/Jan/2022
Neste início de ano, apenas poucos produtores e compradores estão ativos no mercado nacional de trigo. Muitos agentes aproveitam para avaliar o mercado, enquanto moinhos se mostram abastecidos. Mesmo em meio a este cenário, os preços internos do cereal subiram, influenciados pela valorização do dólar frente ao Real. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram avanço de 1,46% em Santa Catarina, 0,98% no Rio Grande do Sul e 0,47% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações apresentam alta de 2,3% em Santa Catarina, 0,84% em São Paulo e 0,18% no Paraná. No Rio Grande do Sul, há queda de 1,05%. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 27 a 31 de dezembro/2021, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 320,25 por tonelada para o produto posto no Paraná.
Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,62, o cereal importado era negociado a R$ 1.801,66 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.665,47 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 300,45 por tonelada, o equivalente a R$ 1.690,24 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.573,96 por tonelada na média do Estado. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) aponta que, em dezembro/2021, o Brasil importou 443,525 mil toneladas de trigo, elevação de 16,4% sobre o mês anterior e alta de 56,4% frente a dezembro/2020. Do total importado pelo Brasil, 92,6% vieram da Argentina, 7,4%, do Paraguai e 0,01% da França e do Líbano. Os preços de importação registraram média de US$ 285,01 por tonelada FOB origem, 0,9% acima dos preços de novembro/2021 e 20,8% superiores aos de dezembro/2020 (US$ 235,97 por tonelada).
Ao se considerar o dólar médio de R$ 5,658 em dezembro/2021, o custo médio da importação no mês passado foi de R$ 1.612,59 por tonelada FOB, 32,9% a mais que em dezembro/2020. Na Argentina, informações da Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicam novamente um recorde de produção de trigo no país, o qual deve atingir 21,8 milhões de toneladas na safra 2021/2022, alta de 28,23% frente à temporada anterior (17 milhões de toneladas). Até o dia 5 de janeiro, a colheita já somava 99,3% da área. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram recuo de 1,3% nos últimos sete dias, a US$ 306,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Março/2022 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago, apresenta baixa de 1,6% nos últimos sete dias, a US$ 7,58 por bushel (US$ 278,70 por tonelada).
Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra baixa de 3,3%, a US$ 7,75 por bushel (US$ 284,76 por tonelada). Apesar da reação do mercado no dia 7 de janeiro, o volume de vendas do país norte-americano abaixo da expectativa do mercado pressionou os valores externos. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 30 de dezembro, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2021/2022) somavam 12,08 milhões de toneladas, volume 19,5% inferior ao escoado no mesmo período de 2020. Na semana do dia 30 de dezembro, especificamente, foram exportadas 141,8 mil toneladas, quantidade menor que a semana anterior (291,2 mil toneladas) e 70,2% abaixo da registrada em período equivalente de 2020 (de 475,9 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Nigéria (52,87 mil toneladas), Filipinas (40,82 mil toneladas) e México (30,54 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.