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14/Dez/2021

Tendência é altista para preços do trigo no Brasil

Estimativas divulgadas recentemente mostram reajustes positivos nas produções de trigo no Brasil e no mundo. Apesar disso, os valores do cereal seguem firmes, especialmente no mercado de lotes, sustentados pela paridade de importação. Nos últimos sete dias, os preços no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram leve recuo de 0,45% no Paraná e de 0,19% em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, há alta de 1,63% na mesma comparação. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações apresentam avanço de 1,42% no Rio Grande do Sul, 0,58% em Santa Catarina, 0,57% no Paraná e 0,25% em São Paulo. Para o Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab0 divulgou relatório neste mês e estimou produção de 7,81 milhões de toneladas, alta de 1,6% frente ao relatório de novembro e expressiva elevação de 25,3% em relação à safra anterior, que, vale lembrar, foi fortemente prejudicada pelo clima.

A área nacional deve crescer 16,3% sobre a da temporada 2020, atingindo 2,72 milhões de hectares. A produtividade foi estimada em 2,868 toneladas por hectare, 1,27% acima do relatório anterior e 7,7% superior à da safra passada (2,663 toneladas por hectare). A disponibilidade interna (estoque inicial + produção + importação) foi estimada em 14,157 milhões de toneladas, 10% acima da safra anterior. Do lado da demanda, a estimativa de consumo interno continuou em 12,54 milhões de toneladas, 5,5% maior que na última temporada. A exportação brasileira de trigo entre agosto/2021 e julho/2022 foi elevada para 1,2 milhão de toneladas, justificada pelo maior volume a ser embarcado pelo Rio Grande do Sul, tendo em vista o elevado preço internacional e a maior aceitação externa do cereal com menor PH. A importação permaneceu prevista em 6,2 milhões de toneladas. Assim, o estoque final, em julho/2022, foi novamente reduzido e deverá ser de 409,9 mil toneladas, ainda expressivamente superior às 146,9 mil toneladas estimadas para julho/2021.

Em termos mundiais, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado em dezembro, elevou em 0,34% a estimativa de produção global da safra de trigo 2021/2022 frente aos dados indicados em novembro, agora apontada em 777,89 milhões de toneladas, principalmente em decorrência dos maiores volumes da Austrália, Canadá e Rússia. Assim, a produção global deverá ser 0,26% superior à temporada anterior. O maior crescimento na produção foi para a Austrália, sendo de 2,5 milhões de toneladas frente ao relatório de novembro e 2,1% acima da safra de 2020/2021, atingindo 34 milhões de toneladas. Quanto ao consumo, passou de 787,42 milhões de toneladas em novembro para 789,35 milhões de toneladas em dezembro, acréscimo de 0,9% entre 2020/2021 e 2021/2022.

Os estoques mundiais devem ser de 278,18 milhões de toneladas, aumento de 0,86% frente ao relatório de novembro, mas, ainda assim, 4% inferior ao da safra 2020/2021 e o menor desde 2016/2017. Assim, a relação estoque/consumo melhorou, saindo de 35% para 35,2%. Em relação às exportações da safra 2021/2022, o USDA prevê 208,86 milhões de toneladas transacionadas, elevações de 0,9% em comparação ao relatório passado e de 4,5% da safra anterior. Na Argentina, maior fornecedor de trigo ao Brasil, segundo informações da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a projeção de produção foi novamente elevada, e deverá atingir 21 milhões de toneladas na safra 2021/2022, um recorde para o país. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na primeira semana de dezembro, as importações de trigo tiveram média diária de 12,29 mil toneladas, contra 12,88 mil toneladas no mesmo mês de 2020, redução de 4,6%.

Os preços de importação registram média de US$ 285,70 por tonelada FOB origem, 21,1% acima dos verificados no mesmo período de 2020 (US$ 236,00 por tonelada). Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta queda de 1,6% nos últimos sete dias, a US$ 7,82 por bushel (US$ 287,34 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra recuo de 2,5%, a US$ 8,01 por bushel (US$ 294,50 por tonelada). A queda foi relacionada aos dados do relatório do USDA, com estoques acima do esperado por agentes. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires acumulam baixa de 0,3% nos últimos sete dias, a US$ 318,00 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.