07/Dez/2021
As negociações envolvendo trigo no mercado interno já começam a se enfraquecer, diante sobretudo da proximidade das festas de final de ano, quando geralmente muitas indústrias nacionais entram em recesso ou diminuem o ritmo de operação. Além disso, as fortes desvalorizações internacionais do cereal também afastam parte dos agentes do mercado. No geral, a disponibilidade de trigo é satisfatória no Brasil, tendo em vista a finalização da colheita e os bons volumes de importação. Quanto aos preços do cereal, ainda têm suporte da paridade de importação e do dólar. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) aponta que, em novembro/2021, o Brasil importou 381,036 mil toneladas de trigo, redução de 26,4% sobre o mês anterior, mas alta de 23,3% frente a novembro/2020. Do total importado pelo Brasil, 96,2% vieram da Argentina, e 3,8%, do Paraguai. Os preços de importação registraram média de US$ 282,52 por tonelada FOB origem, 1,9% acima dos preços de outubro/2021 e 25,3% superiores aos de novembro/2020 (US$ 225,41 por tonelada).
Ao se considerar o dólar médio de R$ 5,55 em novembro/2021, o custo médio da importação no mês passado foi de R$ 1.570,52 por tonelada FOB, 28% a mais que em novembro/2020. No Brasil, nos últimos sete dias, os preços no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram avanço 0,68% no Rio Grande do Sul, 0,55% no Paraná e 0,23% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações apresentam alta de 1,19% no Rio Grande do Sul, 0,49% em Santa Catarina, 0,41% no Paraná e 0,19% em São Paulo. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 22 a 26 de novembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 329,24 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,59, o cereal importado era negociado a R$ 1.843,05 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.620,71 por tonelada.
No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 308,93 por tonelada, o equivalente a R$ 1.729,36 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.497,86 por tonelada na média do Estado. Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra recuo de 3,8% nos últimos sete dias, a US$ 7,94 por bushel (US$ 291,93 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter acumula baixa de 5% no mesmo período, a US$ 8,22 por bushel (US$ 302,03 por tonelada). A queda está relacionada a preocupações com a nova variante do coronavírus e à safra recorde na Austrália, apesar da alta demanda internacional e da menor produção em alguns dos principais exportadores. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires permanecem estáveis nos últimos sete dias, a US$ 319,00 por tonelada.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mostram que, até o dia 27 de novembro, 98% da safra de trigo havia sido colhida no País, avanço semanal de 6,3%. As atividades estão ocorrendo no Paraná (99%), no Rio Grande do Sul (97%) e em Santa Catarina (93,7%). O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 28 de novembro, 92% do trigo de inverno já havia emergido, igual o percentual do mesmo período da temporada passada. Em relação à condição da safra, 44% estavam boas/excelentes; 33%, médias; e 23%, ruins/muito ruins, apenas 1% abaixo do observado na semana anterior. Na Argentina, segundo informações da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, até o dia 2 de dezembro, a colheita de trigo havia alcançado 44,9% da área, progresso de 12,1% na semana. No campo, 95,7% do cereal estava em condições normais/excelentes. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.