02/Dez/2021
Segundo o Itaú BBA, os preços do trigo no mercado interno pagos ao produtor devem seguir sustentados neste fim de ano e início de 2022. O cenário seguirá desafiador aos moinhos. Caso os preços cedam, poderá haver um desestímulo ao produtor em manter área do cereal, criando um cenário de maiores importações em um momento de volatilidade em função do ano eleitoral. Apesar do cenário desafiador, contudo, a dificuldade dos moinhos de repassar os custos do preço do trigo ao valor final da farinha tende a ser amenizada por um possível aumento de consumo de farináceos estimulado pelo novo auxílio do governo federal.
Tal auxílio poderá dar algum alento ao orçamento das famílias que poderão aumentar o consumo de farináceos ficando menos reticentes ao aumento dos custos nas prateleiras. As cotações internas do cereal tendem a continuar sendo direcionadas pelo dólar e pelos preços dos principais produtores. Há expectativa, contudo, de certo recuo nos preços em meio à colheita da safra de verão, a partir de janeiro e fevereiro, em virtude da necessidade de desovar estoques. O fluxo de comercialização poderá ser semelhante para o trigo argentino, ou seja, aumento da oferta próximo à colheita da safra de verão (1ª safra 2021/2022).
Contudo, outros players globais estão de olho no cereal do país, o que deverá aumentar a concorrência na originação do produto. No mercado internacional, os preços do cereal têm pouco espaço para quedas até a chegada da entrada do trigo de inverno em julho de 2022, em virtude do balanço apertado da safra global 2021/2022. Um fator que pode dar espaço ao ajuste negativo das cotações seria uma eventual queda dos preços do milho, cereal concorrente na formulação de rações. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.