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30/Nov/2021

Tendência é de preços sustentados para trigo grão

A colheita de uma safra recorde de trigo está praticamente finalizada no Brasil. Apesar da maior disponibilidade interna, as cotações seguem firmes, sustentadas pelos altos valores externos, pela menor oferta mundial e pela paridade de importação. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor) os valores registram avanço de 0,67% em Santa Catarina e 0,11% no Paraná. No Rio Grande do Sul, há recuo de 0,07%. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações apresentam alta de 1,51% em São Paulo, 1,45% no Rio Grande do Sul e 0,02% em Santa Catarina. No Paraná, há leve queda de 0,07%. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 15 a 19 de novembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 326,86 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,51, o cereal importado era negociado a R$ 1.804,20 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.614,49 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 306,65 por tonelada, o equivalente a R$ 1.692,65 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.489,84 por tonelada na média do Estado. Dados da Conab mostram que, até o dia 20 de novembro, 91,7% da safra de trigo havia sido colhida no País, avanço semanal de 8,8%. As atividades estão ocorrendo no Paraná (97%), em Santa Catarina (85,9%) e no Rio Grande do Sul (85%) e já foram encerradas em Minas Gerais, Goiás, Bahia e São Paulo. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), até o dia 22 de novembro, as atividades de campo estavam praticamente finalizadas no Paraná, com 99% da área colhida. Foi reduzida a projeção de produção de trigo no Estado, passando de 3,24 milhões de toneladas em outubro para 3,21 milhões de toneladas agora em novembro. Apesar disso, ainda será superior à temporada anterior (3,19 milhões de toneladas), alta de 1%, em decorrência da elevação de 7% da área destinada ao cereal (que somou 1,22 milhão de hectares).

Entretanto, o rendimento esperado é de 2.667 quilos por hectare, queda de 5,5% em comparação à safra passada. No balanço, com apenas 1% da área do Paraná ainda para ser colhida, a safra deste ano vai consolidando uma perda de 20% frente ao potencial estimado no início da semeadura. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS sinalizou que, até o dia 25 de novembro, diante do clima seco, a colheita havia alcançado 97% da área, progresso semanal de 12%, em linha com o registrado no mesmo período de 2020. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de novembro, as importações de trigo tiveram média diária de 27,36 mil toneladas, contra 15,44 mil toneladas no mesmo mês de 2020, elevação de 77,7%. Os preços de importação registram média de US$ 280,80 por tonelada FOB origem, 24,5% acima dos verificados no mesmo período de 2020 (US$ 225,40 por tonelada). Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta alta de 0,3% nos últimos sete dias, a US$ 8,25 por bushel (US$ 303,32 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra avanço de 3,6%, a US$ 8,65 por bushel (US$ 317,83 por tonelada). Apesar das preocupações com a nova variante do coronavírus, a alta está relacionada ao clima desfavorável na Austrália, que vem atrasando a colheita. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a semeadura do trigo de inverno no país havia atingido 96% da área até o dia 21 de novembro, apenas 2% abaixo do observado no mesmo período da temporada anterior e 1% inferior à média dos últimos cinco anos. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos registram valorização de 2,2% nos últimos sete dias, a US$ 319,00 por tonelada. Na Argentina, segundo informações da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, até o dia 24 de novembro, a colheita de trigo havia alcançado 32,8% da área, avanço de 15,2% na semana, com o clima favorável. A projeção de produção foi elevada para 20,3 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.