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29/Nov/2021

Comercialização de trigo avança com maior oferta

A comercialização de trigo segue acelerada nos principais Estados produtores. Há demanda pelo cereal tanto para exportação quanto para a indústria moageira. Mesmo com a oferta elevada da commodity, os preços se mantêm firmes, impulsionados pela paridade com o trigo argentino, dólar forte ante o Real e pela elevação das cotações internacionais da commodity. No Paraná, na região dos Campos Gerais, há registro de negócios a R$ 1.650,00 por tonelada no FOB Ponta Grossa, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. A indústria está ativa. Os moinhos precisam de trigo, porque não fecharam contratos antecipados, pois estavam esperando o barateamento do cereal em meio à safra.

A negociação só não é maior em virtude da disparidade entre os valores indicados por produtores e compradores. Os vendedores indicam R$ 100,00 por tonelada acima do proposto pela indústria, em torno de R$ 1.750,00 por tonelada FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. Quem está capitalizado, está fazendo estoque, inclusive porque a diferença entre o trigo importado e o trigo do Paraná está muito elevada. O cereal argentino é ofertado no Estado a R$ 2.000,00 por tonelada CIF moinho, enquanto trigo local chegaria a R$ 1.700,00 por tonelada nas mesmas condições. A indústria de ração está afastada dos negócios, pois fechou contratos de trigo antecipadamente a R$ 1.400,00 por tonelada, quando o milho estava entre R$ 90,00 e R$ 92,00 por saca de 60 Kg.

As granjas adquiriram bastante trigo quando estava em patamar mais atrativo. Hoje, com milho entre R$ 80,00 e R$ 82,00 por saca de 60 Kg, o trigo teria de sair a R$ 1.200,00 por tonelada, nível que não tem oferta porque moinho e até exportação pagariam mais. A perspectiva de baixos estoques em meio ao balanço apertado da safra aponta para sustentação das cotações no curto prazo. Houve vários problemas desde o plantio até a colheita. Não haverá trigo suficiente para toda a moagem e os estoques estão baixos. Os volumes negociados mostram que a maior parte da safra já foi comercializada. Os moinhos apostam em pressão de oferta na colheita de soja em meados de fevereiro e março, porque, em tese, produtor teria de desovar estoques, mas pode não haver grandes reservas para venda até lá.

No Rio Grande do Sul, volumes significativos de trigo e novos negócios são firmados diariamente. A oferta e demanda estão bem ajustadas. Há elevada liquidez e o câmbio e preços internacionais dão condições para preços atuais e volumes robustos. Os contratos saem entre R$ 1.650,00 e R$ 1.700,00 por tonelada posta em moinho na região metropolitana de Porto Alegre ou no polo moageiro de Caxias do Sul, para entrega imediata ou em janeiro. Os pagamentos variam de 30 dias para até meados de março e junho, em indicações mais elevadas. Os valores atuais fazem com que o produtor possa escolher o melhor momento e condição de venda. Os compradores alegam que têm limitação para atender às propostas, pois não conseguem repassar o reajuste ao preço da farinha.

Outro fator que impede avanço ainda maior das vendas é a capacidade limitada de armazenagem dos moinhos. Nos valores atuais não compensa para o moinho pensar em comprar trigo para estocar fora do parque fabril. Os relatos de vendas para exportação também apontam para volumes expressivos, envolvendo excedentes do cereal. A exportação continua demandando bastante trigo e os valores variam de R$ 1.630,00 a R$ 1.650,00 por tonelada CIF no Porto de Rio Grande, com a maior parte das entregas para janeiro e pagamento em fevereiro. A estimativa é de que já tenha sido vendido em torno de 1,8 milhão de toneladas para exportação e moagem, outras 200 mil toneladas para semente e outras 300 mil toneladas para ração. Há 2,3 milhões de toneladas comprometidas de uma safra estimada em 4 milhões de toneladas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.