22/Nov/2021

O mercado interno de trigo segue em ritmo deslocado nas principais regiões produtoras. No Rio Grande do Sul, com colheita de 90% da área, a comercialização está acelerada. No Paraná, a negociação caminha a passos lentos, com negócios pontuais. Os preços, mesmo com a maior disponibilidade de cereal, continuam sustentados. A importação ainda não ganhou fôlego, especialmente pela colheita incipiente na Argentina. No Rio Grande do Sul, de 230 mil a 250 mil toneladas foram negociadas ao longo da última semana. A grande demanda e formação de preço vem da exportação. Os moinhos realizam compras pontuais e acompanham preços da exportação. Os contratos foram firmados entre R$ 1.500,00 e R$ 1.510,00 por tonelada FOB no interior do Estado, para retirada para dezembro e janeiro. Esses valores chegariam entre R$ 1.610,00 por tonelada e R$ 1.620,00 por tonelada CIF no Porto de Rio Grande. Os negócios são para dezembro e janeiro.

Para novembro, a comercialização já está fechada. Moinhos e exportação já estão com capacidade e logística comprometidas para este mês. A estimativa é de que 1,8 milhão de toneladas de trigo da safra do Rio Grande do Sul já tenham sido vendidos, considerando a previsão de colheita de 3,5 milhões de toneladas. Do volume comprometido, 1,5 milhão de toneladas têm como destino o mercado externo, que continua adquirindo novos e volumosos lotes. Diferentemente da exportação, a indústria moageira está menos ativa nos negócios, com compra de volumes pontuais. Os moinhos se obrigaram a elevar os preços para competir com exportação, mas neste nível moinho não consegue repassar aumento integral para farinhas e não quer formar estoque no atual patamar das cotações. A indicação das fábricas é de R$ 1.460,00 por tonelada FOB, contudo não há ofertas neste patamar.

No Paraná, entre 3 e 5 mil toneladas giraram na semana passada. Os contratos foram firmados entre R$ 1.650,00 e R$ 1.700,00 por tonelada, para entrega neste mês e pagamento em janeiro CIF moinho de Ponta Grossa. A comercialização está pontual e o mercado está um pouco mais ofertado. Os moinhos estão começando a ficar comprados. A indústria precisa fazer as compras e carregar até 15 de dezembro, em virtude de dificuldades com frete no fim do ano. Apesar de alguns lotes vendidos abaixo, as indicações dos produtores oscilam de R$ 1.700,00 a R$ 1.750,00 por tonelada colocada no moinho, enquanto os compradores indicam até R$ 1.650,00 por tonelada nas mesmas condições.

Cerca de 30 mil toneladas de cereal de qualidade inferior, tipo ração, foram vendidas para exportação a R$ 1.500,00 por tonelada CIF Porto de Paranaguá. Em ambos os Estados, a aquisição de cereal importado patina, em virtude da melhor paridade do cereal nacional. No Rio Grande do Sul, trigo argentino é ofertado a US$ 325,00 por tonelada posta no Porto de Rio Grande, para entrega em dezembro, sem registro de novos negócios. Em dólar, trigo do Rio Grande do Sul estaria sendo vendido a US$ 288,00 FOB no interior, mais competitivo que o argentino. No Paraná, o trigo argentino chega por volta de R$ 2.100,00 por tonelada posta no Porto de Paranaguá, bem acima do cereal local. Os moinhos terão de importar, porque a produtividade caiu muito no Estado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.