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16/Nov/2021

Preços do trigo sustentados em período de colheita

A comercialização de trigo no mercado interno é distinta nos dois principais Estados produtores. No Rio Grande do Sul, com avanço da colheita, as negociações se intensificaram. No Paraná, o ritmo é mais lento com moinhos concentrados em receber contratos fechados anteriormente. Os produtores e cerealistas gaúchos estão mais ativos na mesa de negócios buscando capitalização imediata. Em plena safra, há bastante ofertas neste momento e estão rodando bons volumes para moinhos. A indústria moageira propõe R$ 1.500 por tonelada FOB a R$ 1.530 por tonelada no CIF com entrega imediata e pagamentos variados - à vista até prazo de 4 de fevereiro. Os valores indicados aumentaram R$ 30 por tonelada em uma semana. Os moinhos tiveram de aumentar preço para garantir trigo e não perder as vendas para porto especialmente de trigo com DON (micotoxina do cereal) baixo. A maioria está alongando os pagamentos. Muitos moinhos já compraram volume necessário e estão recebendo lotes de contratos fechados anteriormente.

Os moinhos paranaenses oferecem R$ 1.600 por tonelada CIF, o que renderia em torno de R$ 1.500 por tonelada para o vendedor, descontando o frete. As vendas externas reduziram o ritmo, após terem fechados volumes expressivos nas semanas anteriores. Na última semana, as tradings ofereciam R$ 1.570 por tonelada posta no porto de Rio Grande para entrega em novembro e pagamento em janeiro e fevereiro. Quem precisa pagamento mais curto vende para moinho e, como moinho subiu o preço, ficou mais atrativo. Dependendo da área do trigo, o frete para entrega no porto se torna mais caro que para entrega no moinho. A estimativa é de que 1,3 milhão de toneladas de trigo gaúcho da atual safra já tenham sido vendidas para exportação. Pelo menos 2 milhões de toneladas do cereal estão comercializadas. Na região de Passo Fundo, a comercialização de trigo para indústria de ração está mais intensa, em virtude do DON mais elevado do cereal. A alternativa, então, é produtor vender a colheita para produção de ração, abrindo a disputa com o milho, cujo preço ainda está em altos patamares na região, já que moinhos desprezam essas cargas.

Os moinhos enfrentam dificuldade de encontrar trigo com DON dentro do limite estabelecido para farinha. Em virtude de chuvas excessivas e da ocorrência da doença fúngica giberela, as lavouras gaúchas estão reportando DON acima do aceito pela indústria. No Paraná, os preços pagos pelos moinhos recuaram de R$ 20 a R$ 30 por tonelada, em função da desvalorização do dólar ante o Real, da pressão de venda dos produtores e da retração dos compradores. Alguns moinhos estão começando a recuar em virtude da proximidade do fim de ano. Muitos interrompem as atividades antes do Natal e retomam apenas em janeiro. Não há mais 30 dias úteis, então os moinhos reduzem a formação de estoques. Outro fator que explica a retração da indústria moageira é o fato de estarem recebendo trigo gaúcho e paranaense comprados antecipadamente. No momento, os moinhos paranaenses não estão comprando com tanta força cereal gaúcho em virtude da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dentro do mês.

Já do lado da oferta, os produtores retêm o trigo de melhor qualidade e buscam vender cereal tipo 2, do qual moinhos já estão abastecidos. Os compradores oferecem de R$ 1.600 a R$ 1.620 por tonelada colocada na Região Metropolitana de Curitiba para entrega imediata e pagamento em 30 dias, ante R$ 1.650 por tonelada na semana anterior. Os vendedores, por sua vez, pedem R$ 1.650 por tonelada nas mesmas condições. Para entrega mais alongada, os moinhos estão dispostos a pagar até R$ 1.630 por tonelada para embarque em janeiro. Na região dos Campos Gerais, os negócios são pontuais. Os compradores propõem R$ 1.630 por tonelada para entrega imediata posta em moinho de Ponta Grossa, enquanto vendedores pedem R$ 1.700 por tonelada com entrega e pagamento em novembro. Há poucas ofertas de lotes no mercado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.