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16/Nov/2021

Argentina dá garantias sobre o trigo transgênico

Produtores, exportadores e moinhos de trigo argentinos garantem que vão adotar todos os controles necessários para não haver mistura de cereal transgênico com o convencional no País. Segundo a Câmara da Indústria Oleaginosa da República Argentina e o Centro de Exportadores de Cereais (Ciara-CEC), os exportadores argentinos continuarão exigindo cargas de trigo livre de HB4 (transgenia) ao longo da safra e rejeitarão qualquer carga que o contenha, bem como testarão o grão de trigo adquirido. A indústria brasileira, que compra da Argentina cerca de 85% do trigo importado, está preocupada com essa diferenciação após a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) ter aprovado nesta semana a comercialização e importação de farinha proveniente de cereal geneticamente modificado da variedade HB4 da Argentina. A Associação Argentina de Trigo (Argentrigo) afirmou que há unanimidade no setor de que não pode haver mistura ou mescla do cereal convencional com o transgênico. A variedade HB4 não deve ser misturada com trigo convencional.

Nisso será colocado todo o esforço da cadeia. O governo argentino, por meio do Ministério da Agricultura, deve atuar ativamente para cumprir esta premissa. A Argentrigo estima que sejam colhidas aproximadamente 160 mil toneladas de cereal transgênico na safra 2021/2022. Na Argentina, o cultivo do HB4 é permitido desde outubro do ano passado. A preocupação dos exportadores de trigo e moinhos argentinos deve-se ao fato de que o Brasil é o principal destino das exportações argentinas, respondendo por cerca de 50% do volume vendido pelo país ao mercado externo anualmente. A Argentrigo estima produção de cerca de 20 milhões de toneladas de trigo no País na safra 2021/2022, que está sendo colhida. Deste montante, cerca de 12 milhões de toneladas devem ser exportadas no ciclo 2021/2022, sendo cerca de 5 milhões de toneladas ao Brasil. A Argentina também é fornecedora de farinha de trigo para a indústria brasileira de derivados do cereal. A Federação Argentina da Indústria Moageira (Faim) explica que, na prática, a medida não traz alterações comerciais.

É porque a moagem de trigo transgênico ainda não está aprovada na Argentina, portanto não há farinha. Conforme resolução do Ministério da Agricultura da Argentina, o cereal geneticamente modificado poderá ser comercializado na Argentina somente após a liberação comercial do grão no Brasil, o que ainda não ocorreu. A aprovação da CTNBio refere-se exclusivamente à farinha e não há processo em andamento para permissão da venda do trigo transgênico em grão no País. A indústria não utilizará trigo transgênico na moagem porque não está aprovada a sua comercialização na Argentina. Os moinhos argentinos não têm hoje interesse em trabalhar com trigo OGM. A indústria moageira argentina, na proteção de seu mercado externo, no momento não quer trigo transgênico. A posição é muito parecida com a da indústria moageira brasileira. De fato, há muita polêmica em relação ao assunto. Muitos são contra e alguns são favoráveis. Sem desvalorizar o avanço tecnológico, mas considerando a aparente rejeição do consumidor global, são os argumentos dos que são contra. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.