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08/Nov/2021

Preços do trigo em alta sustentados pelo câmbio

A negociação de trigo no mercado interno evoluiu pontualmente. A falta de acordo sobre preço limita a comercialização de novos lotes para a indústria local. Em contrapartida, vendas para o mercado externo estão aquecidas no Rio Grande do Sul. Com dólar valorizado ante o Real, os preços do trigo subiram entre R$ 20 e R$ 50 por tonelada nas principais praças produtoras. No Rio Grande do Sul tem rodado entre 14 a 20 mil toneladas por dia do tipo pão para exportação. A exportação segue avançando bem com preço superior em virtude do dólar favorável. A estimativa é de que 1 milhão de toneladas já tenham sido vendidas ao mercado externo. O volume exportado nesta safra já é superior ao vendido para mercado externo em toda temporada passada e os preços estão entre US$ 10 e R$ 20 por tonelada acima do reportado no ciclo anterior.

Os valores dos contratos variam de R$ 1.500 a R$ 1.520 por tonelada FOB para retirada em novembro e dezembro e pagamento em janeiro e de R$ 1.600 a R$ 1.620 por tonelada posta no Porto de Rio Grande (incluindo frete de R$ 100 por tonelada). Há tradings buscando lotes no FOB para pagamento mais estendido, com prazos de março a junho do ano que vem, por R$ 1.570 a tonelada. A indústria moageira, por sua vez, começou a ficar mais ativa nos negócios a partir da última semana. Os moinhos avaliavam que a exportação iria diminuir. Contudo, com as vendas aquecidas e aumento dos preços, os moinhos elevaram as ofertas de compra a fim de se tornarem atrativas perante o preço pago para exportação. Os moinhos propõem entre R$ 1.500 e R$ 1.520 por tonelada FOB interior para retirada imediata e pagamento em 30 dias, com o frete por conta do vendedor. Agora, passaram a sinalizar valores semelhantes ao da exportação e saíram às compras porque correm risco de ficar sem o cereal.

O volume adquirido ainda está bem abaixo do exportado, tendo girado cerca de 15 mil toneladas ao longo da semana (volume diário firmado para exportação). Os moinhos buscam novos lotes diante de reservas mais curtas, já que retardaram o início das compras da nova safra. Eles deixaram de comprar trigo novo de R$ 1.300 a R$ 1.350 por tonelada porque esperavam queda dos preços. Agora, não há nenhum negócio abaixo de R$ 1.500 por tonelada. As cotações tendem a seguir firmes com expectativa de estoques apertados da safra. Diante dos rendimentos 30% menores vistos até o momento, de 2,4 a 2,5 toneladas por hectare, a safra não deve passar de 2,5 milhões de toneladas. Considerando vendas externas e uso para semente, estariam disponíveis 900 mil toneladas para moinhos que consomem 1,4 milhão de toneladas. A maioria das indústrias tem estoques até janeiro e espera que os preços possam cair e a exportação diminuir, aumentando a oferta interna do cereal.

Contudo, não há espaço para quedas expressivas no preço do cereal a partir de janeiro. O trigo argentino está precificado em US$ 300 a US$ 340 por tonelada para entrega em janeiro, US$ 40 por tonelada acima dos valores nacionais atuais. No Paraná, na região dos Campos Gerais, rodam lotes pontuais de trigo por R$ 1.630 a tonelada CIF Ponta Grossa, com entrega imediata e pagamento em 30 dias. Para entrega em dezembro, o comprador propõe R$ 1.550 a tonelada colocada em Ponta Grossa, mas os vendedores nem sequer ofertam para este prazo. Para entrega em novembro em fábrica na região, o vendedor oferta por R$ 1.700 por tonelada, com pagamento também em novembro. As negociações estão pontuais, por causa da discordância de preços entre a ponta compradora e vendedora. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.