04/Nov/2021

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), os produtores do Paraná haviam fixado no fim de outubro preço para 36% do cereal a ser colhido neste ano, ou cerca de 1,1 milhão de toneladas das 3,2 milhões de toneladas esperadas. A fixação de preços vem ocorrendo de forma mais lenta nesta safra, já que em outubro de 2020 47% da produção (ou 1,5 milhão de toneladas) tinha o preço fixado. Capitalizados com a venda da soja e maior margem sobre os custos do trigo, os produtores podem negociar sem pressa.

Em média, os produtores receberam em outubro R$ 87,34 por saca de 60 Kg de trigo, pouco menos que em setembro (R$ 87,59 por saca de 60 Kg), mas 27% mais que em outubro de 2020 (R$ 68,61 por saca de 60 Kg). Os preços do mercado atacadista sofreram retração de 3% neste mês, com o trigo passando de R$ 1.656,00 por tonelada em setembro para uma média de R$ 1.605,00 por tonelada em outubro, que, apesar da retração mensal, é 23% maior que o preço médio de R$ 1.308,00 por tonelada levantado em outubro de 2020. A alta média de 1% no preço da farinha ante setembro traz alívio aos moinhos. Mas, essa comparação mensal esconde a dificuldade de repasses de preço latente, pois o reajuste médio das farinhas desde outubro de 2020 é de 9%, menos de metade do reajuste do trigo disponível (23%).

No varejo, o preço do pão tem se mantido abaixo da inflação, justificando a dificuldade de aumentos nas farinhas. Em outubro, a média de preços praticados pelo pão francês foi R$ 9,85 por Kg, 1% mais caro que em setembro (R$ 9,76 por Kg) e 4% mais caro que em outubro de 2020 (R$ 9,46 por Kg). Além da dificuldade pela queda de renda do brasileiro, o represamento dos preços pode ser justificado por uma estratégia de mercado, sendo o preço baixo do pão um atrativo que gera consumo de outros itens no estabelecimento. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.